Economia
Setor imobiliário prevê 35 bilhões de novas unidades: Desafios no FGTS e mão de obra ganham destaque!
Essa previsão denota um mercado com potencial de crescimento e impacto sustentável.Em 2024, o setor imobiliário brasileiro demonstrou resultados robustos, com uma perspectiva otimista para as próximas duas décadas. O empresário Rubens Menin, fundador da MRV e do Banco Inter, destacou pontos importantes sobre isso durante o Summit Imobiliário 2024. O setor é caracterizado por uma evolução significativa nas regulamentações e por uma expectativa impressionante de demanda futura. Apesar disso, Menin salientou a necessidade de políticas públicas mais eficazes para maximizar esse potencial.
Menin apresentou a expectativa de que cerca de 35 bilhões de unidades habitacionais serão construídas no Brasil nas próximas duas décadas. Essa previsão denota um mercado com potencial de crescimento e impacto sustentável. Contudo, ele expressou certa preocupação quanto à ausência de estratégias governamentais mais eficientes que possam realmente impulsionar o setor de maneira sustentada.
Impacto das Políticas Públicas e do FGTS
Um ponto crítico ressaltado por Menin refere-se ao saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Este mecanismo, que permite a retirada anual de parte do saldo, pode comprometer o financiamento imobiliário a longo prazo. Menin argumenta que os recursos do FGTS deveriam ser canalizados para habitação, fomentando o desenvolvimento econômico e social, em vez de serem usados para amortizar dívidas pessoais de curto prazo.
A importância do diálogo sobre o uso do FGTS é destacada por Menin, que observa como os bancos estão lucrando com essa modalidade enquanto a visão de longo prazo é subestimada. A preocupação se estende também ao financiamento do crédito imobiliário, já que as fontes tradicionais, como a poupança e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), estão sob pressão devido a novas restrições e aos saques crescentes.
Quais são os desafios e perspectivas para o financiamento imobiliário?
O financiamento imobiliário enfrenta desafios consideráveis, especialmente pela escassez de recursos a partir de 2025. A redução na captação da poupança e as restrições às LCIs afetam diretamente a concessão de crédito habitacional. O setor precisa urgentemente de soluções que compensem a diminuição desses recursos.
Rodrigo Luna, presidente do Secovi-SP, compartilha que, embora o setor tenha registrado um bom desempenho em 2024, as altas taxas de juros e a necessidade de habitação social representam desafios gigantescos. A busca por um equilíbrio fiscal é fundamental para sustentar o crescimento do mercado nos anos seguintes.
Escassez de Mão de Obra na Construção Civil
A falta de mão de obra qualificada é outro obstáculo significativo para o setor da construção civil no Brasil. Menin e Luna mencionam o agravamento desta situação, que necessita de capacitação urgente. A competição por trabalhadores qualificados também enfrenta concorrência de programas sociais, como Bolsa Família e seguro-desemprego, os quais oferecem apoio a milhões de brasileiros.
Além do mais, Luna aponta um dado preocupante: mais de 23 milhões de pessoas recebem o Bolsa Família sem perspectivas de saírem dessa situação de dependência. Isso requer políticas proativas que criem oportunidades de emprego sustentável, assegurando que essas pessoas possam contribuir para setores como a construção civil.
Visões Futuras e Soluções Propostas
A evolução do setor imobiliário no Brasil nos próximos anos dependerá fundamentalmente da eficácia das políticas públicas. Menin e Luna sugerem que um foco maior na capacitação da força de trabalho e na criação de políticas que fomentem a habitação social pode desbloquear novas oportunidades para o setor. Tais medidas não só garantiriam um crescimento sustentável, mas também ajudariam a aliviar problemas sociais como o desemprego.
Portanto, assegurar um futuro promissor para o setor imobiliário brasileiro implica em resolver questões como o financiamento, a escassez de mão de obra e a implementação de políticas eficazes. Estes fatores serão decisivos para a manutenção da trajetória de crescimento observada em 2024 e além.