Economia
Novas regras para o FGTS e seguro-desemprego
Governo considera reformulações nas políticas de proteção ao trabalhador para reduzir gastos públicosO governo brasileiro está avaliando medidas para reformular suas políticas de proteção ao trabalhador, com o objetivo de cortar entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões dos gastos públicos. Entre as mudanças propostas estão mudanças relacionadas à multa de 40% do FGTS em casos de demissões sem justa causa e ao seguro-desemprego. Segundo o Ministério da Fazenda e do Planejamento, a sobreposição desses benefícios pode desestimular a permanência no emprego quando o mercado de trabalho está aquecido.
Intenções de Corte de Supersalários no Serviço Público
Além das reformas trabalhistas, o governo também está focado na redução dos supersalários no serviço público. A discussão já ocorre no Congresso e inclui a eliminação de adicionais que impedem a conformidade com o teto salarial do funcionalismo. Estima-se que essa medida possa gerar uma economia anual entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. A decisão vem acompanhada de um cenário de busca por medidas estruturantes para a contenção das despesas obrigatórias.
Propostas para Alteração no FGTS e Seguro-Desemprego
Entre as opções em estudo, uma delas sugere a utilização de parte da multa de 40% do FGTS, paga pelo empregador, para financiar o seguro-desemprego. Em tese, isso reduziria o peso financeiro do benefício sobre os cofres públicos. A dotação orçamentária destinada ao seguro-desemprego aumentou recentemente de R$ 47,7 bilhões para R$ 52,1 bilhões, apesar da atual taxa de desemprego historicamente baixa.
Outra proposta considera transformar a multa em um imposto direcionado às empresas, especialmente àquelas com altos índices de demissão. Assim, as empresas sofreriam penalidades financeiras proporcionais à sua taxa de demissão, o que poderia desincentivar demissões sem justa causa, mas também controlar o incentivo para que trabalhadores busquem ativamente sua própria demissão.
Discussões sobre a Reforma e Outros Benefícios Sociais
Os ministros da Fazenda e do Planejamento continuam reunindo-se para definir a próxima etapa do programa de revisão de despesas, visando implementar medidas ainda este ano, para votação no próximo ano. Temas como a política de ganho real do salário mínimo permanecem inalterados, embora haja considerações sobre possíveis alterações em benefícios sociais como o abono salarial.
O abono, que atualmente beneficia trabalhadores que recebem até dois salários mínimos/mês, pode passar a ser calculado com base na renda per capita familiar. Adicionalmente, há também sugestões de ajuste no Benefício de Prestação Continuada (BPC), tanto em relação à idade mínima para acesso quanto aos índices de correção, propositalmente revisando a indexação atualmente ligada ao salário mínimo.
Projeções e Impactos das Reformas Propostas
A ministra do Planejamento, durante encontros, expressou otimismo em relação à capacidade do pacote de cortes de gastos proposto avançar no governo, com potencial expectativa de abrir um espaço fiscal de até R$ 20 bilhões. Ainda que muitos detalhes ainda não sejam públicos, o governo espera ganhar aprovação nas esferas legais para implementar essas medidas, que visam maior sustentabilidade fiscal.
Ao apresentar tais alterações, o governo tem sido cauteloso ao não interferir em áreas consideradas sensíveis, assegurando um progresso equilibrado entre ajustes fiscais e o bem-estar dos trabalhadores e setores mais vulneráveis. A meta principal é garantir a saúde fiscal do país, enquanto se preserva a proteção essencial para o setor trabalhista.