Mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 2023 e sobe para o próximo ano - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco

Economia

Mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 2023 e sobe para o próximo ano

Especialista em investimentos Renan Diego aponta quais são os investimentos mais atrativos a partir dessa previsão

Publicado

em

Mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 2023 e sobe para o próximo ano (Foto: Divulgação)

Segundo dados do relatório “Focus”, os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação em 2023, que passou de 4,65% para 4,63%. Além disso, o mercado também passou a prever corte menor na taxa básica de juros no ano que vem. O recuo na estimativa de inflação do mercado para este ano ocorreu após a divulgação do resultado da inflação oficial de setembro, que somou 0,26% e ficou abaixo, novamente, das projeções dos analistas. Para 2024, a estimativa de inflação subiu de 3,87% para 3,90%. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. O especialista em investimentos, Renan Diego (@renandiegooficial), explica quais investimentos se tornam mais atrativos a partir dessa previsão.

“Um dos melhores investimentos para esse momento são os títulos de renda fixa pré-fixados. São excelentes mecanismos de proteção e principalmente congelamento de rentabilidade. O que significa? Se a pessoa pega um pré-fixado, um tesouro direto ou um CDB, que está pagando 11,50% ao ano, a taxa Selic está 12,25%, mas ela tende a cair nos próximos meses. Então é meio que como se a pessoa tivesse congelado a rentabilidade em 11,50%. Independente da taxa Selic ou a inflação estiver bem baixa, a pessoa vai estar com aqueles 11,50%. Então isso é uma boa opção, uma vez que a inflação vai estar mais baixa. Então nesse momento, se a inflação cumprir essa meta de 3,88%, é como se a gente estivesse ganhando ali 11,50%, o que dá um ganho real descontando a inflação de 7,62%. Faz muito sentido esses títulos pré-fixados de renda fixa para esses momentos de baixa inflação e de queda da taxa básica de juros”, ressalta Renan, à frente da escola digital Produtividade Financeira, por onde já educou mais de 6 mil brasileiros sobre finanças pessoais e investimentos.

Renan Diego ainda deu mais duas opções de investimentos significativos neste momento. “Seja com a inflação alta ou baixa, o Tesouro IPCA+ sempre vai ser bom. Porque além dele pagar a inflação, ainda há uma taxa pré-fixada. Então vamos supor que a inflação chegue a 3,88% e eu compro um título do Tesouro IPCA+, que ele me paga o IPCA mais 6%. Nesse momento eu vou receber 3,88% mais 6%. Então vou estar com 9,88% de ganho, sendo que o ganho real descontando a inflação seria de 6%. Então eles são ótimos títulos para quem quer manter poder de compra e principalmente quem quer investir para longo prazo. Já o terceiro investimento, são de fato as ações. As ações na renda variável já são investimentos mais voláteis, mas com uma queda na taxa básica de juros e também na nossa inflação, isso traz mais tranquilidade para os donos de negócio, logo as empresas conseguem investir mais no crescimento da empresa. Porque quando a taxa de juros está alta, é como se o dinheiro tivesse mais caro. Então ao invés de eu pegar um empréstimo para aumentar a quantidade de maquinário, crescer estrutura, aumentar a fábrica, eu vou deixar em uma renda fixa que já vai estar me pagando 1% ao mês sem risco. Mas quando a taxa básica de juros está baixa, a inflação está baixa, o que acontece? Eu tenho mais fôlego para poder crescer e se eu crescer eu vou contratar mais e a gente começa a fazer o giro do dinheiro. Então nesse momento, se as empresas tendem a crescer, elas tendem a lucrar mais e se elas lucram mais, distribuem mais dividendos”, explica o expert e educador.

O Banco Central já está mirando agora na meta do ano que vem, com o intuito de definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços. Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram as estimativas para a taxa básica de juros da economia brasileira para o final deste ano e de 2024. Atualmente, a taxa Selic está em 12,25% ao ano, após três reduções seguidas promovidas pelo Banco Central. O especialista em investimentos, Renan Diego ressalta que a redução já era prevista pelo mercado, que apostava em um corte de 0,50 ponto percentual, nos moldes da reunião anterior.

“Com uma inflação controlada, já era de se esperar essa queda da taxa Selic, logo os ativos do mercado financeiro sentem o impacto dessa queda de forma imediata, os ativos de renda fixa tendem a ter taxas menores nessas quedas da taxa básica de juros e a bolsa de valores tende a subir, pois muitos investidores acabam migrando da renda fixa para a renda variável”, comenta Renan.