Economia
Haddad anuncia que Shein vai nacionalizar 85% das vendas em até quatro anos
Plataforma de varejo chinesa se comprometeu a aderir ao plano de conformidade da Receita Federal e “normalizar as relações com o Ministério da Fazenda”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou em conversa com jornalistas, nesta quinta-feira (20), que a plataforma de varejo chinesa Shein irá aderir a um “código de conformidade” da Receita Federal. Além disso, representantes da empresa garantiram em encontro com Haddad que, em até quatro anos, 85% das peças vendidas no Brasil serão produzidas no país.
“Hoje nós tivemos uma reunião a pedido da Shein, que veio nos anunciar duas coisas muito importantes. A primeira é que eles vão aderir ao plano de conformidade da Receita Federal e fazer aquilo que for necessário para, com outros portais do comércio eletrônico, normalizar as relações com o Ministério da Fazenda. Em segundo lugar, eles pretendem em quatro anos nacionalizar 85% das suas vendas. Os produtos serão feitos no Brasil”, declarou o ministro.
Haddad ainda ressaltou que a medida vai refletir na geração de empregos no mercado brasileiro. “É muito importante para nós que eles vejam o Brasil não apenas como um mercado consumidor, mas como uma economia de produção”, enfatizou.
Ainda de acordo com o ministro, outras gigantes do comércio eletrônico, como a AliExpress e a Shopee, já confirmaram que irão aderir ao plano de conformidade da Receita. “É o que se chama no exterior de digital tax, um imposto digital. Ou seja, quando o consumidor comprar, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. A tributação terá sido feita pela empresa sem repassar para o consumidor nenhum custo adicional”, explicou Haddad, alegando que o modelo é o mesmo de “países desenvolvidos”.
Nos próximos dias, estão previstas na agenda do Ministério da Fazenda outras reuniões sobre o tema. Entre os participantes deste encontros estão representantes do varejo nacional e governadores.