Economia
FGTS atinge recorde histórico em financiamentos do Minha Casa, Minha Vida!
FGTS: o segredo por trás do sucesso do Minha Casa, Minha Vida.O ano de 2024 foi marcante para o mercado imobiliário brasileiro. De acordo com um relatório da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), aconteceu um crescimento significativo de 25% em comparação com 2023. Essa expansão reflete a resiliência do mercado frente a um cenário econômico desafiador, destacando-se pelo aumento do crédito disponível e a melhoria na renda dos consumidores.
O volume total de crédito imobiliário em 2024 atingiu R$ 312,4 bilhões, impulsionado principalmente por fontes como a poupança e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O programa federal Minha Casa, Minha Vida foi um dos maiores responsáveis por esse aumento, enquanto o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) também teve um crescimento expressivo de 22%, com enfoque em imóveis usados.
Como as Taxas de Juros Impactaram o Crédito Imobiliário?
Embora a elevação da Selic tenha sido uma preocupação, não impediu a obtenção de crédito imobiliário em 2024. A taxa longa de juros, especialmente a de dez anos, se manteve elevada, influenciando o custo dos financiamentos. Essa taxa alta tem potencial de reduzir o volume de financiamentos em até 20% nos próximos anos, conforme apontado pela Abecip.
A expectativa é que, em 2025, o impacto das taxas de juros elevadas seja mais perceptível, com uma possível desaceleração nos financiamentos. No entanto, as estratégias adotadas pelas instituições financeiras e a diversificação das fontes de crédito podem mitigar esse efeito negativo.
Quais Foram as Alternativas de Financiamento Disponíveis?
Além das tradicionais fontes de financiamento, como o SBPE e o FGTS, o mercado de capitais tem ganhado importância no setor imobiliário. Instrumentos como o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) apresentaram um crescimento significativo e devem continuar a expandir. Em contrapartida, as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) sofreram uma perda de atratividade devido ao aumento nos custos de liquidez.
Valorização dos Imóveis no Contexto Econômico Atual
O mercado imobiliário brasileiro viu uma valorização média de 12,7% no preço dos imóveis em 2024, superando a inflação oficial do IPCA, que foi de 4,83% no ano. Este aumento de preços é atribuído à demanda aquecida, que tem diminuído o estoque de imóveis disponíveis. Contudo, essa valorização pode não se sustentar com o potencial desaceleramento econômico previsto para 2025.
As cidades de Rio de Janeiro e Porto Alegre apresentaram crescimento no valor dos imóveis abaixo do IPCA, contrastando com a tendência nacional. O IGMI-R (Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial) da Abecip mostra que, no acumulado de sete anos, os imóveis tiveram uma valorização de 88,1%, fator que indica um mercado dinâmico e ainda promissor.
O Que Esperar para o Futuro do Mercado Imobiliário?
Apesar do cenário promissor de 2024, o setor imobiliário brasileiro enfrenta a expectativa de desafios para 2025. O volume de financiamentos deve cair cerca de 10%, atingindo R$ 282 bilhões. Em face desse quadro desafiador, a adaptação das instituições financeiras e a exploração de novas fontes de crédito serão fundamentais para a sustentabilidade do mercado.
O mercado deve continuar a absorver o estoque de imóveis novos de forma gradual, mas é provável que haja uma redução nos lançamentos e vendas. Estratégias inovadoras e a busca por eficiência nas operações serão determinantes para enfrentar a volatilidade econômica e manter o crescimento sustentável no setor.