Equipe econômica do governo espera retomar grau de investimento até 2026

A equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta suas fichas no novo sistema fiscal anunciado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. No ano de 2008, o selo de bom pagador das agências internacionais de classificação de risco foi conquistado pelo Brasil, dado pela Standard & Poor’s. Já em 2009, pela Fitch Rating e pela Moody’s. Segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, a expectativa do governo é recuperar investimentos grandes a partir de 2026. 

Atingir o grau de investimento é o sonho de qualquer país para atrair investimentos externos. As agências de classificação de risco trazem para os investidores notas de classificação que demonstram a capacidade dos países de saldarem suas dívidas. Segundo o advogado tributarista Fábio Ferraz, sócio da Tributtax, a mudança do Brasil foi da classificação “estável” para “positiva”. “Ou seja, pode ser que, daqui a dois anos, haja uma revisão na nota atual do Brasil e trazê-lo novamente, ou não, para o grau de investimento, e isso traria dinheiro externo”, explica.

Fábio enumera que os desafios do país para essa classificação melhorar são a diminuição de gastos públicos e fazer com que avancem reformas, como a tributária, que traria para o país mais estabilidade sobre os impostos. “As discussões sobre o arcabouço fiscal fizeram com que essa classificação mudasse, mas o Brasil tem um desafio muito grande que é trazer mais estabilidade para a economia. Há uma instabilidade política que influencia na estabilidade econômica. Daqui a dois anos, pode acontecer de haver revisão para que o Brasil tenha um grau melhor de investimento, ou de voltar para a instabilidade e perder o grau de investimento. É preciso que o Brasil seja visto como um lugar atrativo, e não apenas um lugar de oportunidades, porém com risco.