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Brasil

Em 2022, ocupação na indústria da construção cresce 4,4% e serviços especializados ganham participação no valor de obras do setor

Em 2022, a pandemia de Covid-19 continuou a exercer impactos significativos, tanto no aspecto da saúde pública quanto na economia

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(Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias)

A indústria da Construção gerou R$439,0 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços em 2022, sendo R$415,6 bilhões em obras e/ou serviços e R$23,5 bilhões em incorporações. Em 2022, o país tinha 174,7 mil empresas de construção, que empregavam 2,3 milhões de pessoas. Frente a 2021, o número de empresas cresceu 17,9%, maior variação desde 2013, e o de pessoal ocupado, 4,4%. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção – PAIC 2022, divulgada nesta quarta-feira, (29), pelo IBGE.

O analista da pesquisa, Marcelo Miranda, destaca os principais pontos do cenário macroeconômico em 2022, ano em que a conjuntura econômica brasileira foi marcada por uma série de desafios e turbulências. A pandemia de Covid-19 continuou a exercer impactos significativos, tanto no aspecto da saúde pública quanto na economia. Apesar de avanços em termos de vacinação e medidas de contenção, o país ainda enfrentava incertezas quanto à recuperação plena de diversos setores.

“A indústria da construção desempenhou um papel crucial nesse cenário. Com a retomada gradual das atividades econômicas e a demanda por moradia permanecendo estável, o segmento se mostrou resiliente, contribuindo para a geração de empregos e o impulsionamento de outros setores relacionados, como o de materiais de construção e o de infraestrutura. No entanto, desafios persistentes, como a inflação elevada e a volatilidade dos preços de insumos, afetaram a cadeia produtiva da construção. O aumento dos preços de materiais, como aço, cimento e madeira, pressionou os custos de construção, tornando projetos mais caros e impactando os consumidores finais”, analisa Miranda.

Diante desse cenário, medidas de incentivo e políticas públicas voltadas para a construção civil tiveram papel relevante. Investimentos em infraestrutura, programas habitacionais e incentivos fiscais contribuíram para estimular o setor, impulsionando o crescimento econômico. “Assim, em 2022, a ligação entre a conjuntura econômica brasileira e o setor da construção ficaram evidenciados por políticas integradas e estratégias que visavam ao fortalecimento do mercado imobiliário e da infraestrutura nacional”, completa o analista da pesquisa.

Serviços especializados para construção cresceu 6,5 pontos percentuais desde 2013

Em 2022, a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) mostrou que Construção de edifícios, apesar da perda de participação (0,8 p.p.) no valor de incorporações, obras e/ou serviços em dez anos, continuou sendo o segmento mais importante do setor, com 42,4% do valor total (R$186,1 bilhões). O segmento também teve o maior número de pessoas ocupadas (862,8 mil) e foi o segundo segmento em pagamento de salários, retiradas e outras remunerações (R$26,9 bilhões).

Obras de infraestrutura foi o segundo em valor de obras e serviços, com 33,7% (R$147,8 bilhões), mas perdeu 5,7 p.p. de participação em dez anos. O segmento ocupou 684,7 mil pessoas e pagou R$28,0 bilhões em salários retiradas e outras remunerações, o maior valor da indústria da construção.

Já o segmento de Serviços especializados para construção, embora seja o terceiro em valor de obras e serviços, com 23,9% de participação (R$105,1 bilhões), cresceu 6,5 p.p. desde 2013, e assumiu a segunda posição em número de pessoas ocupadas (770,3 mil pessoas), pagando R$24,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

“Desde o início da série histórica, Serviços especializados para construção foi o segmento que obteve os maiores ganhos (absolutos e percentuais) em pessoal ocupado, com aumento de 441,6 mil pessoas ou 134,4%”, destaca Miranda.

Em dez anos, indústria da construção perdeu 21,9% dos postos de trabalho

A PAIC 2022 mostra que as empresas da construção empregavam 2,3 milhões de pessoas, uma redução de 21,9% (-650,4 mil pessoas ocupadas) frente a 2013. Ao longo dos dez anos analisados, a ocupação nos três segmentos teve mudanças significativas. Apesar da redução de participação no pessoal ocupado de 4,3 p.p. no segmento de Construção de edifícios, ele se manteve como o principal empregador do setor da indústria da construção em 2022. O segmento de Obras de infraestrutura caiu do segundo para o terceiro lugar, com redução 2,9 p.p., ficando atrás de Serviços especializados para construção, que ganhou posição ampliando a participação no número de pessoas ocupadas em 7,1 p.p.