Desafio da mão de obra na construção civil: Impactos do Bolsa Família e soluções - Super Rádio Tupi
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Economia

Desafio da mão de obra na construção civil: Impactos do Bolsa Família e soluções

Empresas do setor afirmam que uma das dificuldades para atrair novos trabalhadores reside nos programas sociais, que por vezes oferecem renda comparável ao trabalho formal, como o Bolsa Família.

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Fonte: Divulgação/Gov

No atual cenário econômico brasileiro, a construção civil se destaca pela criação de empregos, alcançando números significativos em um contexto de recuperação. Porém, apesar deste incremento na oferta de vagas, as construtoras enfrentam um desafio notável: a escassez de mão de obra qualificada. Empresas do setor afirmam que uma das dificuldades para atrair novos trabalhadores reside nos programas sociais, que por vezes oferecem renda comparável ao trabalho formal, como o Bolsa Família.

Como alternativa, empresários do setor estão desenvolvendo estratégias para motivar a população atendida por esses programas a se incorporar ao mercado de trabalho. Eles alegam que, com condições adequadas de emprego e remuneração, é possível atrair trabalhadores que atualmente dependem desses auxílios sociais.

Créditos: depositphotos.com / joasouza

Como os Programas Sociais Afetam a Construção Civil?

Os programas sociais, como o Bolsa Família, foram instituídos visando o combate à pobreza, proporcionando uma rede de segurança para milhões de famílias. No entanto, representantes da construção civil argumentam que tais benefícios podem desincentivar a busca por emprego formal, visto que muitos trabalhadores receiam perder o auxílio ao encontrar uma colocação no mercado.

De acordo com dados oficiais, o Bolsa Família atende atualmente cerca de 20,7 milhões de famílias. Apesar disso, muitas dessas famílias têm algum membro empregado formalmente, e a legislação já permite a continuidade do benefício caso a renda familiar ultrapasse o limite estabelecido. O problema, segundo especialistas, reside na insegurança associada ao agravamento da situação econômica ao passar do benefício para um emprego formal.

Qual a Proposta das Construtoras para Atrair Trabalhadores?

Para resolver essa questão, as construtoras estão formulando uma proposta que visa sensibilizar o governo a flexibilizar os critérios do Bolsa Família, permitindo maior compatibilidade entre trabalhar e manter o benefício. A intenção é criar um ambiente que favoreça a transição para o mercado de trabalho sem penalizar financeiramente as famílias durante a mudança.

Essa proposta ainda em desenvolvimento inclui a divulgação das vantagens do trabalho em canteiros de obras, destacando a remuneração e as oportunidades de desenvolvimento profissional. Paralelamente, as empresas estão empenhadas em oferecer salários competitivos e condições laborais cada vez melhores, na tentativa de atrair e reter talentos.

Considerações sobre a Mão de Obra na Construção Civil

Enquanto a construção civil se recupera, atingindo uma marca próxima ao seu recorde de empregos, o setor luta para manter a oferta de mão de obra de qualidade suficiente para suportar novos projetos. Este setor registrou 2,9 milhões de empregos formais em 2024, um nível que não era visto há muito tempo.

A média salarial nos postos de trabalho deste setor já compete com áreas como finanças e administração pública. Porém, para garantir que este crescimento seja sustentável e que a inflação salarial não atrapalhe o avanço das obras, será essencial definir estratégias tanto a nível de políticas públicas quanto na gestão interna das empresas.

Como Equilibrar o Trabalho Formal e a Assistência Social?

O equilíbrio entre a assistência social e o estímulo ao trabalho formal continua sendo um tópico de destaque no Brasil. A transição do benefício social para o mercado de trabalho deve ser tratada com polidez e estratégia. Enquanto as empresas precisam se adequar para oferecer empregos realmente atraentes, o governo deve garantir mecanismos que não desincentivem a busca por vagas formais.

Desde 2023, medidas como a ‘Regra de Proteção’ têm procurado amenizar o impacto dessa transição, assegurando que famílias mantenham parte do benefício até que alcancem estabilidade no mercado. A busca agora é por soluções que ofereçam maior segurança para os empregados e incentivem o setor a prosperar economicamente.