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Campos Neto diz que commodities e inércia pressionaram inflação em 2022

Desde o fim da década de 1990, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao ministro da Fazenda justificando o descumprimento das metas de inflação

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Imagem de Roberto Campos Neto
(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

O encarecimento das commodities, os gargalos nas cadeias de produção globais e a inércia de reajustes do ano anterior foram os principais responsáveis por pressionar os preços em 2022. Os motivos constam de carta enviada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para justificar o descumprimento da meta de inflação no ano passado.

De acordo com o documento, a autoridade monetária prevê que a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairá de 5,79% em 2022 para 5% em 2023. Mesmo assim, ficará acima da meta para este ano, fixada em 3,25%, podendo chegar a 4,75%, por causa da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

A volta da cobrança de tributos sobre os combustíveis que havia sido reduzida em 2022, destacou o presidente do BC, terá impactos na inflação deste ano.

“Nesse cenário, em 2023, a inflação ainda se mantém superior à meta, em virtude principalmente da hipótese do retorno da tributação federal sobre combustíveis nesse ano e dos efeitos inerciais da inflação de 2022”, escreveu Campos Neto na carta.

Segundo o presidente do BC, a inflação só ficará dentro da meta a partir de 2024, quando deverá ficar em 3%, e em 2025 (2,8%). Desde o fim da década de 1990, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao ministro da Fazenda justificando o descumprimento das metas de inflação estabelecidas pelo CMN, conforme a lei. Essa foi a sétima vez que isso ocorreu.