Economia
Após ‘tarifaço’ de Trump, Finlândia e Suécia pedem implementação de acordo UE-Mercosul
Ministra finlandesa defende urgência na implementação do pacto comercial; guerra comercial pode beneficiar o Brasil
Diante das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, a Finlândia e a Suécia defenderam nesta terça-feira (8) a rápida implementação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. A posição foi expressa pela ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, durante coletiva ao lado da ministra sueca Maria Malmer Stenergard.
“Somos a favor da abertura de novos canais de comércio e da exploração de novos acordos de livre comércio com outras partes do mundo, e a União Europeia está fazendo um trabalho fantástico na abertura de novas negociações”, declarou Valtonen.
Segundo ela, é essencial colocar em vigor o acordo com os países do Mercosul. “Devemos também implementar plenamente o acordo de livre comércio com o Mercosul, que acaba de ser negociado.”
O pacto, firmado entre a União Europeia e o Mercosul — bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai —, prevê a criação de um mercado integrado com cerca de 700 milhões de pessoas. Se ratificado, o acordo permitirá que a UE aumente suas exportações de carros, máquinas e medicamentos, enquanto o Mercosul poderá ampliar o envio de carne, soja, açúcar, mel e outros produtos para o continente europeu.
A ministra sueca afirmou que “concordava plenamente” com a fala da colega finlandesa, destacando a necessidade de fortalecer os laços comerciais em um cenário global incerto.
Consequências do tarifaço de Trump
A discussão ganha força após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar uma ordem executiva que impõe tarifas mínimas de 10% sobre todas as importações no país, e de 20% especificamente para produtos provenientes da União Europeia. A medida reacendeu o debate sobre alternativas comerciais para o bloco europeu.
Apesar do avanço nas negociações, a ratificação do acordo enfrenta resistência de alguns países da UE, especialmente da França. Nesta terça-feira, a ministra francesa da Agricultura, Annie Genevard, reiterou sua oposição, afirmando que o pacto “não é um remédio” para enfrentar as novas tarifas americanas.
A tensão comercial com os EUA pode, no entanto, impulsionar a pressão por um consenso dentro da UE sobre o acordo com o Mercosul, considerado estratégico para a diversificação das relações comerciais do bloco.