Ciência e Saúde
Fiocruz inicia estudo com BCG para o combate à Covid-19
Voluntários vão passar por entrevista e testagem sorológica, antes de tomar a vacinaA Fundação Oswaldo Cruz começa, nesta segunda-feira, estudo com a vacina BCG com o objetivo de reduzir o impacto da Covid-19 em trabalhadores de saúde. A vacina, originalmente usada na prevenção da tuberculose, tem obtido resultados positivos em testes para redução de infecções respiratórias. De acordo com a Fiocruz, que irá liderar a pesquisa no Brasil, a previsão é incluir 2 mil voluntários em Campo Grande e 1 mil no Rio de Janeiro.
Os voluntários vão passar por entrevista e testagem sorológica, antes de tomar a vacina. Todos vão ser acompanhados pela equipe de pesquisa por até um ano, por meio de ligações telefônicas semanais. Caso apresentem qualquer sintoma de Covid-19, poderão fazer a coleta do swab nasal para avaliar a presença do vírus.
Além disso, retornos trimestrais vão ser agendados para verificar, por meio da sorologia, a presença de possíveis infecções assintomáticas. Vão poder participar do estudo trabalhadores da saúde, como enfermeiros, médicos, técnicos, fisioterapeutas, recepcionistas e porteiros, maiores de 18 anos. Os voluntários não podem ter sido infectado pela Covid-19 e não devem estar participando de outro ensaio clínico.
O estudo conta com parceria da Caixa de Assistência dos Servidores do Mato Grosso do Sul e da Secretaria Estadual de Saúde e é coordenado pelo médico infectologista e pesquisador da Fundação e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Julio Croda. O recrutamento dos voluntários será realizado pela Faculdade de Medicina da UFMS e os interessados devem realizar pré-cadastro no site da instituição.
A BCG é umas das principais vacinas utilizadas no mundo. É aplicada anualmente em cerca de 120 milhões de recém-nascidos. Ensaios clínicos realizados em diversos países apontam a ação da vacina BCG em outras infecções, além da tuberculose.