Bolsonaro questiona ocupação de UTIs no Brasil e dispara: ‘Parece que só morre de Covid’

Para o chefe do Executivo, as críticas que ele recebe são de pessoas que querem “derrubar o presidente”
(Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), questionou os dados sobre a ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil por pacientes com Covid-19. Em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, nesta quinta-feira (18), o chefe do Executivo ainda afirmou que “parece que só se morre de Covid” no país.

As declarações aconteceram quando Bolsonaro falou para um apoiador que “um tio” seu morreu no mês passado. Na sequência, o homem indagou ao presidente se a causa da morte teria sido a Covid-19. O chefe do Executivo negou e completou: “Eu fiz aqui (um comentário) hipotético, qual a pergunta dele? Eu sabia que ia cair: ‘Morreu de Covid?’. Parece que só morre de Covid”.

Em seguida, Bolsonaro ainda emendou no assunto sobre a situação dos leitos. “Os hospitais estão com 90% da UTI ocupada. O que a gente precisa fazer? (Saber) Quantos são de Covid e quantos são de outra enfermidade”, declarou.

O chefe do Executivo ainda aproveitou para dizer, nesta quinta-feira (18), que nenhum país do mundo está lidando bem com a Covid-19. Na visão do mandatário, as críticas que ele recebe são de pessoas que querem “derrubar o presidente”.

“Acho que um dos raros países do mundo onde querem derrubar o presidente é aqui. Eles não apresentam soluções. Quando eu digo ‘me apresente um país onde está dando certo o combate à Covid’, não tem. Esses caras que querem me derrubar, o que fariam no meu lugar? ‘Comprar vacina’. Onde é que tem vacina para vender?”, disse Bolsonaro.

Até mesmo a a suspensão preventiva, em alguns países europeus, do uso da vacina de Oxford/AstraZeneca para Covid-19 virou tópico do discurso do presidente. “Olha o que aconteceu agora. Não quero falar marca. Tem uma vacina que tem uns 10 países que não vão aplicar mais. Estão sabendo, né? Aí tem um cara, um cara inteligente, ligou para mim (e perguntou) ‘por que você não compra essa vacina’. Cara, se os países não estão aplicando no mínimo é um lote suspeito”, disparou.

Vale destacar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a continuidade da aplicação da vacina de Oxford/AstraZeneca no Brasil. Além disso, a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, parceira do imunizante no Brasil, assegurou que não há evidências de efeitos colaterais, como trombose venosa ou embolia pulmonar.