Pablo Oliveira
Milton Nascimento sofre desrespeito no Grammy 2025; entenda
Mesmo com histórico de premiações super ativo, o ator e compositor foi ignoradoO que era para ser uma noite de celebração à música global se transformou em um episódio de constrangimento e indignação. Mesmo sendo um dos maiores nomes da música brasileira e um ícone reverenciado internacionalmente, com admiradores do calibre de Paul McCartney, dos Beatles, Milton Nascimento foi vítima de um desrespeito surpreendente durante a cerimônia do Grammy 2025, realizada em Los Angeles no último domingo (2). O artista, que concorria na categoria Melhor Álbum Vocal de Jazz ao lado da norte-americana Esperanza Spalding, foi simplesmente impedido de ocupar um assento na área principal do evento, espaço reservado a indicados e convidados de destaque.
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A situação veio à tona através de um desabafo da própria Esperanza Spalding em suas redes sociais. Visivelmente incomodada com o tratamento dispensado ao colega brasileiro, a cantora e contrabaixista compartilhou sua frustração no Instagram: “Entããão, foi recusado a Milton um lugar nas mesas para a cerimônia deste ano. Isso não me agradou”, escreveu ela. Em um ato de protesto silencioso, porém poderoso, Esperanza compareceu à cerimônia segurando um cartaz com a foto de Milton, estampado com a frase: “This living legend should be seated here” — em bom português, “Esta lenda viva deveria estar sentada aqui”.
Embora o álbum Milton + Esperanza, lançado em 2024, não tenha conquistado o prêmio — que acabou ficando com A Joyful Holiday (2023), da cantora Samara Joy —, o real desconforto não veio da derrota. O que causou indignação foi o fato de Milton, um dos artistas mais influentes da música mundial, não ter sido considerado “importante o suficiente” para se sentar entre os outros indicados. Esperanza fez questão de deixar isso claro: “Não estou falando de uma vitória no Grammy. Estamos comemorando a gloriosa vitória de @samarajoysings. Estou falando de uma cadeira… aqui nesta mesa na qual estou sentada. Estou brava por essa lenda viva não ter sido considerada importante o suficiente para sentar entre os A-listers, ou como as mesas no andar principal estão organizadas. Então, tive que trazê-lo comigo. Avise se você nos ver na TV”, completou.
O desconforto é ainda maior quando se considera que Milton Nascimento não é um novato na premiação. O cantor já venceu o Grammy Awards em 1998, na categoria Melhor Álbum de World Music, pelo disco Nascimento (1997), e sua carreira internacional inclui colaborações icônicas, como o álbum Native Dancer (1975), gravado com o lendário saxofonista Wayne Shorter. Sua ausência em um espaço de destaque na cerimônia não é apenas uma gafe; é um reflexo da falta de reconhecimento por sua imensa contribuição à música global.
O gesto de Esperanza não passou despercebido. O protesto silencioso, carregado de significado, repercutiu amplamente entre fãs, músicos e críticos, que expressaram indignação com o ocorrido. O caso rapidamente ganhou força nas redes sociais, com muitas vozes defendendo que o Grammy deveria se desculpar publicamente pelo descaso com Milton Nascimento.
Embora o artista não tenha levado o prêmio para casa, saiu da cerimônia com um símbolo ainda mais poderoso: a prova de que seu legado é defendido por aqueles que realmente entendem o valor da música e da história. O protesto de Esperanza Spalding, mais do que um gesto de solidariedade, foi um lembrete de que o verdadeiro respeito não é medido por troféus, mas pela forma como se honra a trajetória de uma verdadeira lenda viva.
Até o momento, a The Recording Academy, organizadora do Grammy, não se manifestou sobre o incidente. No entanto, o episódio já deixou uma marca na história da premiação — um lembrete de que o reconhecimento verdadeiro vai além de aplausos e premiações, exigindo, acima de tudo, respeito.