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Ciência e Saúde

Saiba quando uma dor de garganta leva a danos no coração

Fórum realizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida vai discutir as valvopatias que podem ser causadas por febre reumática, que atinge crianças e adolescentes e, também, pelo envelhecimento da população

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Saiba quando uma dor de garganta leva a danos no coração
Saiba quando uma dor de garganta leva a danos no coração (Foto: Divulgação)
Saiba quando uma dor de garganta leva a danos no coração

Saiba quando uma dor de garganta leva a danos no coração (Foto: Divulgação)

Todos os anos, crianças e adultos passam a sofrer de graves doenças cardíacas, e tudo pode começar com uma dor de garganta não tratada. Esse será um dos temas discutidos por especialistas, durante o Fórum “Doenças das válvulas cardíacas no Brasil, como proporcionar uma melhor jornada ao paciente”, realizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), nesta terça-feira (12). Durante o evento que acontecerá online, pela página do Instituto (https://lp.ladoaladopelavida.org.br/), será lançado o “Documento Guia das Valvopatias e o impacto no futuro das novas gerações”, um material inédito que reunirá informações, estatísticas e relatos de especialistas e pacientes sobre o cenário da doença no Brasil e no mundo, além de discutir acesso ao diagnóstico precoce, tratamentos e, principalmente, sugestões de caminhos para o enfrentamento da enfermidade no país.

Uma infecção na garganta mal curada pode causar o desenvolvimento de uma febre reumática, doença que afeta mais de 40 milhões de pessoas no mundo, e causa mais de 300 mil mortes ao ano. Já as cardiopatias reumáticas são a consequência cardíaca da febre reumática aguda, em indivíduos com predisposição à doença, causada pela bactéria Streptococus Beta Hemolítico.

A incidência no Brasil é de cerca de 30 mil casos de febre reumática por ano, e afeta principalmente crianças e jovens que vivem em regiões de baixa renda e dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a presidente do LAL, Marlene Oliveira, a falta de informação e de tratamento continuado são os principais motivos para o desenvolvimento da enfermidade “Precisamos reduzir o fardo das doenças cardiovasculares e as valvopatias são enfermidades importantes, cada vez mais comuns em nossa sociedade, mas muitas podem ser prevenidas e a grande maioria tratadas, proporcionando ao paciente uma vida com qualidade”, afirma Marlene.

Marlene Oliveira

Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida (Foto: Divulgação)

 

De acordo com o SUS, de 2008 a 2015, foi registrado um total de 26.054 hospitalizações, devido a casos agudos de febre reumática e 54% dessas, com comprometimento cardíaco. Quase metade das cirurgias cardíacas abertas no país, feitas pelo sistema público, está relacionada à doença.

As valvopatias também podem ser decorrentes do processo de envelhecimento, que gera o desgaste das válvulas cardíacas. As mais comuns são a estenose aórtica e a insuficiência mitral. Os principais sintomas para essas doenças nos idosos são a falta de ar (dispneia) e cansaço. Nos casos de estenose aórtica, há também a dor no peito e a síncope (desmaios).

“É preciso ter muita atenção porque os sintomas das doenças cardíacas em idosos podem se confundir com o envelhecimento natural. As pessoas acreditam que o cansaço e a falta de ar são indícios da idade e acabam não procurando atendimento médico. Nesses casos, é fundamental o diagnóstico precoce, para evitar o agravamento da valvopatia”, destaca a presidente do LAL.