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Ciência e Saúde

Pesquisadores estudam saliva para tentar desvendar a ação do novo coronavírus no corpo humano

Estudo é feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Unigranrio

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Estudo é feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Unigranrio (Foto: Reprodução)

Estudo é feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Unigranrio
(Foto: Reprodução)

Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) uniram-se à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Unigranrio para estudar a importância da metabolômica baseada em ressonância magnética nuclear (RMN) de saliva. O objetivo é buscar compreender melhor os efeitos e mecanismos de ação do novo coronavírus em seu ataque ao organismo infectado.

A metabolômica é o estudo das alterações dos metabólitos, ou seja, dos produtos resultantes do metabolismo em uma amostra biológica. A metabolômica integra o conjunto das ciências ômicas, dedicadas ao entendimento do funcionamento celular dos organismos.

O professor Gilson Costa, do Laboratório de Metabolômica por RMN, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (Ibrag) da Uerj, explica que se trata da pesquisa das pequenas moléculas encontradas nos biofluidos do corpo humano, como saliva, suor, urina, plasma, etc. Os cientistas perceberam que havia uma lacuna no estudo da saliva como biofluido importante para ajudar a decifrar o comportamento do novo coronavírus.

“Em novembro, publicamos um artigo na revista científica Analytical Chemistry com o intuito de chamar a atenção da comunidade internacional para o enorme potencial das pequenas moléculas presentes na saliva, que podem servir de marcadores da infecção pelo coronavírus e de representantes do estado metabólico dos pacientes infectados, além da possível associação direta com a perda de paladar”, explicou Costa.

Uma das grandes vantagens, segundo ele, é que coletar amostra de saliva é muito menos invasivo do que outros biofluidos. A ideia é utilizar a saliva para entender como se dá a ação do vírus no corpo humano, identificando quais marcadores metabólicos foram alterados pela Covid-19. “Essa seria uma primeira etapa do trabalho para, a partir disso, tentar encontrar novos caminhos para o tratamento”, declarou.

Para o professor Costa, uma das ferramentas analíticas mais importantes é o exame de ressonância magnética nuclear, que permite uma avaliação da amostra de saliva intacta, sem necessidade de extração química. Atualmente, o Brasil dispõe da maior plataforma deste tipo da América Latina: o Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear da UFRJ, que possui magnetos com campos de 400 MHZ a 900 MHZ. A Central Analítica do Instituto de Química da Uerj também possui excelente infraestrutura e um magneto de 500 MHZ, mas que necessita de atualizações para a realização da metabolômica.

Por enquanto, a análise das amostras será realizada no Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear, na UFRJ. Mas, até o início de fevereiro, a intenção é começar a coletar e analisar amostras de saliva de pacientes atendidos na Policlínica Piquet Carneiro (PPC). Assim que o reparo no magneto da Central Analítica do Instituto de Química da Uerj for realizado, o objetivo é que os pesquisadores possam fazer a análise nos dois locais, dando ainda mais agilidade às pesquisas.

Além de Gilson Costa, também participam do estudo os professores Tatiana Kelly da Silva Fidalgo, do Departamento de Odontologia Preventiva e Comunitária da Faculdade de Odontologia da Uerj; Claudia Pereira, da Unigranrio, e Ana Paula Valente, da UFRJ.