Ciência e Saúde
Obesidade Infantil: Especialista explica sobre importância de mudança de hábitos
Se comparado com outros países, o Brasil possui quase 3 vezes mais crianças com excesso de peso do que a média global
Um levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância – Fiocruz/Unifase) mostra quadro preocupante em relação à obesidade infantil e em adolescentes no Brasil. Embora exista uma tendência de queda nos números da última década entre as crianças até 5 anos, o excesso de peso (que inclui casos de sobrepeso e de obesidade) afetou uma em cada 10 crianças brasileiras e um em cada três adolescentes (10 a 18 anos) em 2022.
Se comparado com outros países, o Brasil possui quase 3 vezes mais crianças com excesso de peso do que a média global (14,2% no Brasil em 2022 e 5,6% da média global registrada no mesmo ano). Em relação aos adolescentes, a situação é ainda mais crítica. No Brasil, em 2022, a média nacional apontou que 31,2% dos adolescentes estavam com excesso de peso, quase o dobro da média global (18,2%).
Segundo a pediatra Flávia de Freitas Ribeiro, a situação é de atenção. “Os altos números da obesidade infantil no Brasil ocorrem por conta da falta de regulação dos alimentos ultra processados no país. Considerada um problema de saúde pública complexa no mundo, a obesidade infantil pode ser a porta de entrada para diversas doenças crônicas, como câncer, hipertensão, diabetes, colesterol alto e doenças cardiovasculares, além de contribuir no agravamento de doenças respiratórias”.
A especialista explica que a doença tem tratamento e deve ser tratada de forma multidisciplinar. O objetivo vai ser diminuir o peso do paciente de uma maneira saudável com mudanças de hábitos, atividades físicas, dieta equilibrada e qualidade de vida.
“Dietas muito restritivas e pular refeições devem ser desencorajados. A criança não precisa comer menos, ela precisa comer melhor, ou seja, ter uma alimentação saudável”, afirma Flávia.
A dica da especialista para os pais é para todos os integrantes da família. “Nestes casos é importante que toda a família mude de hábitos alimentares e não só a criança. Todos devem comer melhor e todos devem praticar exercícios”.
Lembrando que dormir cedo também é importante. Estudos mostram que as crianças que vão para cama até às 20h costumam ter mais facilidade em controlar o peso do que aquelas que dormem somente depois das 21h.