Ciência e Saúde
Novembro Azul: Conheça o problema com a próstata que atinge metade dos homens após os 50 anos de idade
Dados da Sociedade Brasileira de Urologia apontam que cerca de 30% dos homens vão precisar de algum tipo de tratamento para a hiperplasia prostática benigna ao longo das suas vidas
Em novembro, muito se fala de prevenção ao câncer de próstata, mas um outro problema afeta os homens: a hiperplasia prostática benigna, popularmente conhecida como próstata aumentada. Na sua fase inicial, a doença costuma não apresentar sintomas, no entanto, à medida que a próstata vai aumentando de tamanho e começa a comprimir a uretra, surgem as queixas de um dos problemas mais frequentes da população masculina – essa condição da próstata atinge 50% dos homens com mais de 50 anos de idade, conforme dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Apesar de não ser considerado um indicativo de predisposição ao câncer, o problema de saúde pode causar desconfortos que impactam diretamente na qualidade de vida.
O uro-oncologista Carlos Carvalhal, do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), ressalta a importância de compreender os sintomas associados à hiperplasia prostática benigna, que incluem dificuldade ao urinar, jato fraco ou interrompido, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, dor ou ardência ao urinar, infecção urinária e possíveis complicações nos rins, além da formação de pedras na bexiga. “Esses sintomas são comuns tanto para próstata aumentada como para câncer de próstata. O recomendável é procurar um especialista para a correta avaliação”, diz o médico.
Dados da SBU apontam que cerca de 30% dos homens vão precisar de algum tipo de tratamento para a hiperplasia prostática benigna ao longo das suas vidas. Um fato positivo destacado por Carvalhal diz respeito à evolução tecnológica, que tem proporcionado avanços significativos nas opções de tratamento. “Cada vez mais pacientes vêm aderindo às cirurgias menos invasivas feitas com laser. Um dos procedimentos é a enucleação prostática com laser Holmium (HoLEP), uma técnica inovadora que oferece recuperação mais rápida e menor impacto no paciente”, conta o especialista.
Carvalhal explica que o HoLEP consiste em bombardear a parte aumentada da próstata com laser e retirá-la pela uretra, eliminando a necessidade de cortes no abdômen do paciente. Por ser menos invasiva, a abordagem apresenta várias vantagens, como o menor risco de sangramento, a recuperação mais rápida, o procedimento sem cortes no abdômen, o tempo reduzido de internação, que geralmente acontece em 24 horas, os resultados duradouros e a possibilidade de não interromper o uso de anticoagulantes, quando necessário.
Segundo o médico, a cirurgia robótica é outra opção da modernidade, mais ainda está fora do alcance da maioria dos pacientes pelo seu alto custo e falta de cobertura pelos convênios e planos de saúde.
O uro-oncologista do HSF aponta 10 sinais que indicam que a próstata pode não estar saudável:
– vontade de urinar com maior frequência;
– dificuldade de iniciar a micção;
– incapacidade de reter a urina;
– acordar diversas vezes durante a noite para urinar (noctúria);
– sensação de ardor ou dor ao urinar;
– jato fraco ou intermitente;
– presença de sangue na urina ou no sêmen;
– dor ao ejacular;
– disfunção erétil;
– dor na região lombar, retal, pélvica, inguinal, testículos ou coxas.