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Ciência e Saúde

INCA lança oficialmente campanha ‘Outubro Rosa’

Instituto Nacional do Câncer reuniu especialistas para falar sobre o câncer de mama no Brasil

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O Instituto Nacional do Câncer realizou, na manhã dessa segunda-feira, em sua sede, que fica na Praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio, um encontro entre especialistas para analisar o panorama sobre a situação do câncer de mama no Brasil e, em seguida, uma roda de debate sobre a importância de não permitir que o medo da doença tome conta de pacientes, amigos e familiares. Segundo os médicos, isso implicaria no não diagnóstico precoce da doença e no resultado do tratamento. O evento, em parceria com o Ministério da Saúde, simbolizou o início da campanha ‘Outubro Rosa’ pelo INCA. A ação foi embasada em três pilares: a prevenção primária, o diagnóstico precoce e a mamografia. Para 2019, são previstos cerca de 60 mil novos casos da doença.

Batizado de “Juntos, enfrentando o medo”, o debate contou com a participação de Fabiana Tonellotto (chefe da seção de mastologia do INCA); Juliana Castro (psicóloga da Clínica da Dor do INCA e coordenadora do grupo de pesquisa e Finitude); Jhiovana Ibañez (presidente da ONG Pérolas); e Walkyria dos Reis Nadaz (paciente do INCA diagnosticada com câncer de mama e integrante do Grupo Renascer).

O evento foi destaque do jornal ‘Sentinelas da Tupi’, edição das 15h55 de segunda-feira. Ouça a matéria e confira entrevistas e depoimentos:

No encontro, os especialistas apresentaram uma análise comparativa da doença no país em relação ao resto do mundo. Em 2018, o Brasil figurou na segunda faixa mais alta de incidência de câncer de mama entre todos os países da pesquisa, com taxa de 62,9 casos por 100 mil mulheres. Os países são agrupados em cinco faixas. O bom resultado fica em relação à taxa de mortalidade da doença. O Brasil se encontra na segunda mais baixa faixa, com 13 casos por 100 mil mulheres, ao lado de países desenvolvidos como EUA, Canadá e Austrália, e números mais positivos que França e Reino Unido, por exemplo.

Apesar de comemorar o baixo índice de mortalidade do câncer de mama, a chefe da Divisão de Pesquisa Populacional do INCA, Liz Almeida, apontou alguns dos principais desafios do Brasil no combate à doença:

“A gente tem muita desigualdade no país. Então, se levarmos em conta o grau de escolaridade, por exemplo, observamos que esse acesso ao diagnóstico precoce é muito maior a quem tem um nível de escolaridade maior. E isso também é um reflexo em relação à renda dessas pessoas e o acesso à informação”, destacou a pesquisadora.

Campanha ‘Outubro Rosa 2019’ é lançada pelo INCA. Foto: Divulgação

Entre os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da doença, alguns estão ligados ao estilo de vida e, por isso, são considerados evitáveis pelos médicos. São eles: estar acima do peso, levar uma vida sedentária e tomar mais do que uma dose de bebida alcoólica por dia. Outro fator de risco levantado em questão é o uso de hormônios após a menopausa, que na visão dos médicos deve ser uma opção descartada pelas mulheres.

Em entrevista à SUPER RÁDIO TUPI, a mastologista Fabiana Tonellotto falou sobre a doença:

Qual é o objetivo do autoexame de mama?

“O autoexame não é um exame para a prevenção do câncer de mama. As mulheres devem conhecer o seu corpo, as suas mamas e ter o hábito de examiná-las. Não é um auto-diagnóstico, mas sim se conhecer e procurar um médico quando notar alguma diferença”.

Quem não tem plano de saúde o que deve fazer?

“Deve procurar o médico da família. Este profissional realizará um exame na mama da paciente ou encaminhará a um ginecologista. Caso seja detectado algum nódulo aí sim serão encaminhadas a um especialista da rede pública”.

Quais são os sintomas do câncer de mama?

“O nódulo é o mais comum, mas também pode haver secreções que saem pelo mamilo, podendo ser sanguínea ou um líquido, como uma água. Também podemos destacar alterações na forma e na pele da mama. Além de nódulos nas axilas”.

De quanto em quanto tempo as mulheres devem fazer a mamografia?

“A cada dois anos na faixa etária de 50 a 69 anos”.

Homens e o câncer de mama

Os homens não estão isentos da doença. O câncer de mama no sexo masculino representa cerca de 1% dos casos. Apesar disso, a doença costuma ser ainda mais agressiva. Segundos os médicos, muito por conta da desinformação e do diagnóstico tardio. De acordo com dados do INCA, a estimativa é que 600 novos casos de câncer de mama sejam diagnosticados em homens no Brasil.

Saiba mais…

O INCA disponibiliza o estudo sobre o panorama do câncer de mama no país. Para se aprofundar no assunto é só conferir a cartilha:

A situação do câncer de mama no Brasil: Síntese de dados dos sistemas de informação