Ciência e Saúde
Fala de Eduardo Paes sobre o carnaval divide opiniões
Enquanto prefeito diz que é possível realizar desfiles nas condições atuais, pesquisadora da UFRJ diz que ainda é cedoO prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez uma série de postagens em seu perfil no Twitter dizendo que “o carnaval da Sapucaí é algo garantido” desde que não haja “uma mudança em todas as regras hoje existentes e no quadro da epidemia”. Paes iniciou falando ser “muito cedo” para uma decisão sobre o carnaval 2022. De acordo com ele, as autorizações para a folia devem levar em consideração a possibilidade das regras sanitárias contra a Covid-19 serem mantidas. Com isso, a decisão sobre os blocos de rua precisa passar por uma análise mais detalhada.
Segundo a pesquisadora em saúde da UFRJ Chrystina Barros, há uma grande parte da população vacinada, mas é muito cedo para pensar em carnaval. “Mais de um milhão de pessoas não tomaram vacina, crianças voltaram às atividades e têm papel importante na disseminação do vírus e a gente ainda não sabe até quanto a variante ômicron pode ser grave. Tudo indica que não seja, mas em países da Europa que possuem cobertura de vacinação maior que a do Brasil, ela consegue trazer casos de reinfecção”, alerta.
O fato é que o carnaval é uma festa em que não se controla pessoas, nem aglomerações. Ainda segundo Chrystina, o que é preciso é um pouco mais de paciência. “Nós estamos cansados, mas o vírus não está. Temos que seguir com a vacinação e com as doses de reforço, pois ainda estamos aprendendo sobre a doença. E mesmo na Sapucaí, em que as pessoas que vão entrar precisam apresentar comprovante de vacinação, vale lembrar que além da ômicron, outras variantes podem surgir até lá e, na medida em que as pessoas vão se vacinando, elas vão relaxando de outros cuidados que ainda precisam ser tomados junto com a vacina”, salienta.
O Rio de Janeiro vive atualmente uma epidemia da gripe do tipo Influenza, o que indica que as pessoas relaxaram no uso de máscaras e nas proximidades de estarem juntas. Chrystina torce para que o carnaval possa ser realizado, mas afirma que é preciso cautela. “É o desejo de todos ter o carnaval, ninguém torce contra, mas é cedo. Precisamos aguardar o ano novo, mas mesmo que tudo dê certo, outras variantes podem surgir. Além disso, o mundo ainda vive uma pandemia. Existem países com cobertura vacinal baixíssima e variantes podem surgir lá e trazer para cá a perda de vidas irrecuperáveis”.