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Ciência e Saúde

Efeito Sanfona: um fantasma que assombra quem busca boa forma

Adalho Fregona, especialista em Fisiologia Hormonal e Medicina Esportiva, voltado para Emagrecimento e Hipertrofia explica que esse “vai e vem” de quilos tiram o sono de muita gente

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(Divulgação)

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Uma das lutas mais complicadas da vida é perder peso. Mas manter o peso perdido é um desafio ainda maior. Muitas vezes nos deparamos com o temido efeito sanfona.

E o que é o que é efeito sanfona?

É justamente essa oscilação dos quilos que vão e voltam e deixam as pessoas malucas com tanta mudança de manequim, engordando ao longo do tempo.

Esse “vai e vem” de quilos, e consequentemente a dificuldade de manter-se no seu peso saudável, tiram o sono de muita gente.

À medida que os indivíduos perdem cada vez mais peso, travam uma batalha contra as respostas biológicas que se opõem à perda de peso adicional. Tal processo consiste em um mecanismo de defesa orgânico, que visa manter os estoques de energia para possíveis situações de necessidade.

 

O estado estacionário do peso corporal é influenciado por diversos fatores, que se dividem em três categorias inter-relacionadas: homeostáticos, regulados pelo sistema neurohormonal; ambientais (ambiente obesogênico), que impacta as áreas cerebrais relacionadas ao sistema de recompensa; e comportamentais. Há evidências de que a redução do peso aumente o apetite e a preferência por alimentos de elevada densidade calórica.

 

Outro fator que faz com que o ganho de peso aconteça novamente e de forma rápida é que, durante o processo de emagrecimento, é necessário estabelecer um equilíbrio funcional de todo o organismo, para adaptá-lo a nova realidade, da pessoa mais magra. Se o processo for muito rápido, o organismo não consegue se adaptar e as chances de ganhar o peso de volta são enormes.

 

A redução drástica na alimentação provoca redução do nível de leptina no sangue (hormônio encarregado de produzir saciedade no cérebro) e aumento nas concentrações de grelina (hormônio produzido no estômago com função de estimular o apetite), levando o paciente a recuperar rapidamente o peso perdido e entrar no efeito sanfona”.

 

O emagrecimento é uma adaptação do organismo por ingestão de baixas calorias. É considerado um emagrecimento saudável quando este é de 1kg no período de 1 semana a 10 dias.

 

Se ocorrer um emagrecimento rápido em função de dietas muito restritas em calorias, as células adiposas murcham rapidamente e não há uma adaptação adequada pelo organismo, formando espaços entre as células, e nestes, formam-se novas células adiposas iguais as que já existiam, processo este, denominado: hiperplasia (aumento do número de células).

 

O Especialista em Fisiologia Hormonal e Medicina Esportiva, voltado para Emagrecimento e Hipertrofia, Adalho Fregona, com consultório em São Paulo e queridinho de famosos como a jornalista Salcy Lima, o rapper Emicida, Rubinho Barrichello e muitos outros, explica: “Quando o indivíduo volta a se alimentar como antes, já que não adquiriu hábitos saudáveis, estas calorias que antes eram normais ao organismo, tornam-se um excesso, e as células que murcharam, “engordam” (hipertrofia) juntamente com as novas células adquiridas pelo emagrecimento rápido, levando ao ganho de peso. Para não ocorrer este efeito sanfona, ou engordar mais do que o peso inicial, é fundamental que haja tempo para o organismo adaptar-se a perda de peso e assim mantê-lo.”

 

Mas há solução para evitar o efeito ioiô e o especialista recomenda:

–   Comer melhor, ou seja, comer comida de verdade, dando preferência a alimentos in natura e preparos caseiros, deixando as opções ultraprocessadas fora da rotina alimentar;

 

–   Fazer refeições coloridas e diversificar os grupos alimentares para que o corpo não fique sobrecarregado de determinados nutrientes nem carente de outros;

 

–   Ter moderação para poder comer de tudo um pouco, mas não tudo de uma vez — assim, nenhum alimento deve ser encarado como vilão e nenhuma refeição precisa gerar arrependimento ou sentimento de culpa;

 

–   Alimentar-se com atenção plena (praticar o mindfulness, em inglês), encarando o momento da refeição como especial e, portanto, prestando atenção no que está saboreando, em vez de se distrair com interferências externas, principalmente dos celulares. Dessa forma, você vai passar a comer com mais moderação e o que é melhor: com mais prazer e sem culpa.

 

–   Repense sua relação com a comida: evite pensar em alimentos como bons ou ruins. Você pode comer de tudo, mas não tudo! Faça as pazes com a comida.