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Cuidados com o som alto em grandes eventos

Ocasiões como o Rock In Rio devem também despertar alerta com a saúde auditiva

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Cuidados com o som alto em grandes eventos
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Você já saiu de um show ou festa com a sensação de estar com o ouvido tapado, ou com um zumbido? Isso é bem frequente. Estamos expostos a várias intensidades de ondas sonoras, leves ou até mesmo intensas e o ouvido, que é composto por várias partes muito frágeis, que podem sofrer alterações devido a uma série de fatores. Um dos problemas mais frequentes é o surgimento de zumbidos.

Dentro da nossa orelha, na porção mais interna, temos um órgão chamado cóclea que é justamente responsável pela audição. Nele temos células auditivas, que são bem sensíveis e temos uma espécie de cílios dentro delas. Esses cílios são tão sensíveis que, quando expostos a sons de alta intensidade, podem ser lesionados. É exatamente isso que inevitavelmente acontece em eventos como o Rock In Rio, em que a amplificação sonora é muito intensa. É como se o som fosse lá dentro do ouvido e socasse as células. Segundo o audiologista em otoneurologia e presidente do Instituto de Pesquisa em Audição, Bruno Dutra, a repetição dos golpes pode gerar um problema permanente, reduzindo a audição na região dos cílios que foi prejudicada.

“Geralmente, as lesões são temporárias, podendo durar de 24 a 48 horas. Se durar mais que isso, um especialista deve ser procurado. Se não for abordado precocemente, a lesão pode se tornar permanente, sem chance de tratamento, e o primeiro sinal de que há uma lesão é o zumbido, pois ele é a forma do corpo denunciar que há algo de errado naquela região”, diz.

Bruno Dutra, audiologista em otoneurologia e presidente do Instituto de Pesquisa em Audição (Foto: Divulgação)

Segundo a OMS, o zumbido é o terceiro sintoma mais torturante que um ser humano pode sentir.

Em eventos como o Rock In Rio, há caixas de amplificação muito intensas e em vários pontos para que todo o espaço seja preenchido com o som. De acordo com Bruno Dutra, com isso, quem está próximo das caixas e quem está no meio do espaço sofre mais, pois são nestes lugares em que o som se concentra mais. “É importante que os pacientes se cuidem, pois as lesões provocadas por trauma acústico são lesões que exigem muito cuidado se não abordadas precocemente”. Ele ainda alerta que nos momentos de euforia que estes eventos proporcionam, ao estar perto do show, pode ser que a euforia não permita que a pessoa perceba que as células do ouvido estejam sendo lesionadas. “Quando o corpo relaxa, aí sim o impacto das lesões é sentido. Então, caso comece a sentir os sintomas, procure um médico”, indica.