Ciência e Saúde
Covid saltou 790% na rede privada de abril a junho, explica especialista
Chrystina Barros, especialista em Gestão de Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ analisa cenário e reforça cuidados
De acordo com a Abrafarma, Associação das Redes de Farmácia, o número de testes com resultado positivo para Covid-19 cresceu de forma considerável nas últimas semanas, a média diária de casos positivos em todo o Brasil se aproxima de 12 mil. A entidade informa também que a média diária saiu de mil casos em abril para 4,4 mil testes positivos em maio. Entre os dias 30 de maio e 5 de junho, foram 58 mil resultados positivos, 14% maior que nos sete dias anteriores. Os testes positivos foram 28% dos resultados obtidos no período. Já a Associação Brasileira de Medicina (Abramed) apresenta um aumento de 790% nos casos de testes positivos na rede particular entre os dias 24 de abril a 30 de abril com relação ao período entre os dias 29 de maio a 4 de junho.
Do final do mês de maio pra cá, é possível observar o número de novos casos aumentar muito. Depois da onda da ômicron, os números se estabilizaram em níveis muito baixos durante os meses de março e abril. Mas, segundo a especialista em Gestão de Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ, Chrystina Barros, o inverno é uma época em que as doenças respiratórias têm uma maior frequência e a covid é uma das doenças respiratórias que veio pra ficar, assim como a gripe. Além disso, infelizmente houve uma estagnação no avanço da cobertura vacinal.
“A ômicron e suas variantes são os tipos que predominam na transmissão e a ômicron é mais transmissível. À medida que passa, a imunização da vacina cai com a passagem do tempo. E na medida em que não se vê mais a gravidade da doença, é comum observar o relaxamento nos cuidados. Por isso as pessoas não aderem tanto à vacina agora quanto no começo da campanha, quando o cenário era de maior gravidade”, analisa.
Vale lembrar que o uso de máscara foi desobrigado, assim como todas as medidas de restrição foram relaxadas. Em alguns lugares, o uso de máscara está voltando a ser obrigatório. Chrystina diz que é preciso entender que ainda vivemos uma pandemia. “Sempre há a ameaça de surgir uma nova variante, e que, apesar de a covid ser uma doença respiratória que tem se apresentado menos grave, ela precisa ser combatida, e a melhor arma é a vacina. Tomar a da gripe anualmente e a da covid quando for o seu momento certo. Use máscara se tiver em aglomerações e busque, sempre que possível, a testagem e a observação de sintomas”.