Ciência e Saúde
Como a escola e família podem combater o uso excessivo de tempo de tela no celular
Segundo Simone S. Santos, Pedagoga, Mestre em Educação pela UFF e escritora, embora essas tecnologias tenham transformado a forma como vivemos e aprendemos, é crucial abordar as preocupações crescentes sobre o uso excessivo, especialmente quando se trata da educação e da saúde
O retorno às aulas faz emergir uma série de desafios e discussões há muito conhecidos, mas agora reacendidos. Entre esses temas, destaca-se a crescente preocupação em torno do uso excessivo de telas, celulares e computadores no ambiente educacional. O retorno ao ambiente escolar não apenas revigora a necessidade de explorar as vantagens e desvantagens dessas tecnologias no processo de aprendizagem, ele ressalta a importância de encontrar o equilíbrio entre o virtual e o presencial.
Este texto busca explorar as implicações do uso desmedido de dispositivos digitais, especialmente no contexto da educação, reconhecendo que a discussão sobre esse tema torna-se cada vez mais relevante em face da dinâmica transformadora das salas de aula modernas.
Segundo Simone S. Santos, Pedagoga, Mestre em Educação pela UFF e escritora, vivemos em uma era digital em que o acesso constante à telas, celulares e computadores tornou-se ubíquo. Embora essas tecnologias tenham transformado a forma como vivemos e aprendemos, é crucial abordar as preocupações crescentes sobre o uso excessivo, especialmente quando se trata da educação e da saúde.
O Cenário Digital na Educação
O papel das telas na educação é inegável. Ferramentas online, plataformas de aprendizagem e recursos digitais oferecem oportunidades valiosas de ensino e aprendizado. No entanto, o uso excessivo dessas ferramentas pode ter implicações significativas para os estudantes.
- Distração e Foco:
● O constante acesso a dispositivos pode levar a distrações, prejudicando a capacidade dos alunos de manter o foco durante as aulas.
- Desafios na Interatividade:
● A interação virtual, embora eficaz em muitos aspectos, não substitui completamente a riqueza da interação face a face, fundamental para o desenvolvimento social e emocional das pessoas.
- Impacto no Desempenho Acadêmico:
● Estudos sugerem que o uso excessivo de telas está correlacionado com o declínio no desempenho acadêmico, indicando a necessidade de equilibrar as estratégias digitais com métodos tradicionais de ensino.
Saúde em Foco: Os Efeitos do Brilho da Tela
A saúde, tanto física quanto mental, é outra área impactada pelo uso excessivo de telas. Os efeitos podem ser profundos e variados.
- Fadiga Visual e Postural:
● A síndrome da fadiga visual é uma preocupação comum, resultante do tempo prolongado olhando para telas. Além disso, má postura durante o uso de dispositivos pode levar a dores musculares e ósseas. - Distúrbios do Sono:
● A exposição à luz azul emitida pelas telas pode interferir nos padrões de sono, impactando a qualidade do descanso noturno. - Dependência Tecnológica:
● O uso excessivo de dispositivos pode levar à dependência tecnológica, ou seja, ao vício, com implicações negativas para o bem-estar físico e psicológico dos indivíduos.
Estratégias para Encontrar o Equilíbrio
É imperativo adotar estratégias que promovam o uso saudável da tecnologia, especialmente no contexto educacional. Além de conscientizar pais e responsáveis, as escolas precisam tomar atitudes a fim de mitigar os danos do uso excessivo de telas. A saber:
- Estabelecer Limites:
● Definir limites de tempo para o uso de telas, incentivando pausas regulares para minimizar a fadiga visual e postural. - Fomentar a Diversidade de Atividades:
● Integrar métodos de ensino variados, combinando recursos digitais com atividades práticas e interativas. - Educação sobre Saúde Digital:
● Promover a conscientização sobre práticas saudáveis de uso de tecnologia entre estudantes, professores e pais.
Os pais e familiares precisam adotar estratégias proativas que incentivem atividades fora do âmbito digital, promovendo assim um equilíbrio saudável para seus filhos.
Uma abordagem eficaz inclui estabelecer limites claros para o uso de dispositivos, como horários específicos para celulares, tablets e televisão, especialmente antes da hora de dormir, para não prejudicar o sono. Incentivar atividades que não envolvam telas, como leitura, esportes, jogos de tabuleiro, e projetos de arte, pode estimular a criatividade e o desenvolvimento físico e social.
Além disso, dedicar momentos para atividades familiares sem telas, como passeios ao ar livre, refeições em família sem a presença de dispositivos eletrônicos e noites de jogos, reforça os laços familiares e demonstra, na prática, alternativas de lazer e aprendizado fora do ambiente digital. Ao adotarem essas práticas, os pais não apenas contribuem para diminuir a dependência das telas, mas também enriquecem a experiência de vida de seus filhos com experiências mais diversificadas e enriquecedoras.
O uso excessivo de telas é uma realidade que exige uma abordagem equilibrada. Enquanto as tecnologias digitais oferecem oportunidades inestimáveis, é vital reconhecer e mitigar os desafios que surgem quando o equilíbrio é perdido. Ao adotar estratégias conscientes e promover uma cultura de uso saudável de telas, podemos garantir que a tecnologia continue a ser uma ferramenta valiosa na educação, sem comprometer a saúde e o bem-estar de crianças, adolescentes e até mesmo dos adultos.