Ciência e Saúde
Amar o que faz ou fazer o que ama? Eis a questão
Especialista explica diferença entre os dois e como se sentir feliz
“A única forma de se fazer um ótimo trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, não sossegue”. Esta frase é de Steve Jobs, cofundador da Apple, em seu famoso discurso motivacional para a turma de formandos da Universidade de Stanford, realizado em 2005. Do ponto de vista da felicidade geral da nação, o conselho é a fórmula do pandemônio: numa sociedade de seguidores desse mantra, uma minoria conseguiria realmente fazer o que ama. O resto estaria desempregado e trabalhos corriqueiros fundamentais para que uma cidade, um hospital ou uma escola funcionem não seriam feitos. Com essa reflexão, muitos acabam se contentando apenas em ter trabalhos com boa remuneração, deixando a satisfação pessoal em segundo plano.
Mas como amar o que faz? Existe uma forma de se sentir feliz no trabalho, mesmo não sendo aquilo que gostaria de fazer? Segundo a especialista em desenvolvimento humano Celina Joppert, é muito interessante pensar em amar o que faz, ao invés de fazer o que ama. “Amar o que faz envolve ter algo maior, um propósito que está vinculado ao que se faz. Existem muitos trabalhos difíceis que as pessoas estão ali inteiras, se esforçando, vivendo algo difícil, como trabalhar em um hospital, por exemplo, e isso vai muito além da tarefa que está sendo cumprida, está indo a um lugar que é ligado ao que é humano. Ali, está sendo dada a oportunidade das pessoas se curarem em um ambiente limpo, seguro, fazendo com que os familiares fiquem tranquilos. Ou seja, se o trabalho está ligado a um propósito, o trabalho vai se tornar algo que a pessoa ama, pois quem faz o bem está trazendo bem estar para si próprio, muito mais do que para quem está sendo dado tempo e energia”, explica.
Celina dá uma dica importante: qualquer que seja o trabalho que esteja sendo feito no momento, sendo um emprego, ou um empreendimento, analise o que vai além, que pode conectar cada um com o seu lado humano, que traz a possibilidade de deixar um legado de ser lembrado pelo que é feito de forma especial. “Encontre momentos do seu dia a dia que te preencham, que te causam alegria de fazer o bem, de trazer o melhor da atividade que se está envolvido”, aconselha.