Brasil
Viva Rio celebra 30 anos em um seminário com projeções para os próximos 10 anos
Evento contou com painéis que discutiram segurança, saúde e drogas
Para celebrar seus 30 anos, o Viva Rio promoveu um seminário que trouxe projeções otimistas para a instituição e para o Rio de Janeiro nos próximos 10 anos. O evento aconteceu na Casa Firjan, em Botafogo, na última terça-feira (12). Contou com a presença de mais de 200 pessoas, entre funcionários da instituição, apoiadores, representantes do governo do Estado, da prefeitura e da Polícia Militar, além de líderes comunitários e jornalistas.
O Viva Rio foi criado em 1993, como um movimento pela contenção da violência e pela recuperação do Rio de Janeiro. Desde então, atua em projetos que promovem o bem-estar da população carioca, em diversas áreas.
No seminário foram realizados painéis que discutiram a próxima década no contexto da segurança, saúde, saúde mental e drogas, com a presença de especialistas nos temas. O objetivo foi refletir e propor ideias inovadoras e criativas.
Alguns dos convidados presentes foram: Alessandro Visacro, analista de Segurança e Defesa e coronel reserva do Exército Brasileiro; René Gonçalves, coronel e ex-comandante do Bope e do Comando de Operações Especiais (COE); Renato Cony Seródio, subsecretário municipal; André Batista, ex-combatente do Bope e do Batalhão de Choque; Paulo Storani, mestre em Antropologia Social e ex-capitão do Bope; Hugo Fagundes, superintendente de Saúde Mental; e Adilson Pires, secretário municipal de Assistência Social.
Rubem César Fernandes, um dos fundadores do Viva Rio e atualmente superintendente estratégico da instituição, afirma que o conteúdo do seminário será utilizado para a criação de novos projetos. “Vamos manter essas conversas vivas, em um sentido propositivo. Precisamos transformar esses assuntos em programas. Não é possível aceitarmos mais tantas mortes, seja de jovens pretos de favela ou de policiais. Estamos cansados de chorar, queremos soluções fortes”, afirmou.
Na abertura do evento, o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz, representando o prefeito Eduardo Paes, reforçou a importância das organizações sociais para a saúde pública da cidade. “O Viva Rio é um exemplo de sucesso da sociedade civil, como um articulador que auxilia na entrega de serviços e políticas para a população. As instituições do terceiro setor são fundamentais na construção de um sistema de saúde melhor”, conta o secretário.
O painel de segurança abordou formas de combate à violência no Rio de Janeiro e a necessidade de implantação de políticas de Estado eficazes, especialmente nas favelas, para além da força policial. “Atualmente temos apenas medidas paliativas efêmeras para aplacar a opinião pública negativa. Precisamos buscar uma nova perspectiva de segurança, para de pensar que segurança pública é feita apenas com polícia”, enfatizou Alessandro Visacro.
O painel de saúde teve foco na inovação e no uso das novas tecnologias, como a inteligência artificial, que pode ajudar na melhoria do atendimento prestado à população carioca. Já a mesa sobre saúde mental e drogas reforçou a importância de propostas menos truculentas e sem preconceitos voltadas para a população que faz uso abusivo de drogas ou sofre com transtornos mentais, além da necessidade de aumentar a conscientização da sociedade sobre o tema.