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Violência psicológica contra mulher precisa ser discutida pela sociedade, avalia especialista

Para psicóloga Brisa Dantas, esse tipo de violência atua como uma ‘porta de entrada’ para continuidade de outros tipos de ocorrências perigosas

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Violência psicológica contra mulher precisa ser discutida pela sociedade, avalia especialista
Violência psicológica contra mulher precisa ser discutida pela sociedade, avalia especialista

De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), a violência física é a que tem o maior número de ocorrências contra a população feminina, seguida da psicológica. O estado do Rio de Janeiro registrou mensalmente, em 2020, cerca de 2.850 ocorrências de violência física, ou 94 vítimas por dia. No mesmo ano, a média mensal foi de 2.595 mulheres vítimas de violência psicológica, cerca de 86 por dia, ou 3 mulheres por hora.

Para a psicóloga Brisa Dantas, a chamada violência psicológica pode ser algo normal para muitos, porque não deixa marcas ou cicatrizes no corpo. Quiçá, seja a mais perigosa, atuando como ‘porta de entrada’ para a ocorrência e continuação de outros modos de violência.

“É comum escutarmos mulheres que sofrem com essa pressão psicológica. Geralmente é começada com leveza e se intensifica com o tempo. No início é comum que parceiros queiram tirar a liberdade da mulher, fazendo controle de atitudes e até da personalidade delas”, explicou a especialista. “Quando o comportamento do homem passa a se tornar mais rude, a agressão verbal se torna mais evidente. É notória as exposições públicas de controle, críticas, gritos, xingamentos e humilhações”, completou.

Segundo profissionais, quando o estágio começa a fugir das limitações residenciais, as mulheres passam a ter mudanças comportamentais evidentes, como a invenção de desculpas para legitimar a violência do agressor e a tomar como verdade as ofensas que lhe são dadas, e também passa a acatar tudo que ele impõe. A situação passa a provocar danos perigosos à saúde emocional e física da mulher. De acordo com estudos, as mulheres que sofrem violência psicológica repetitiva, apresentam distúrbios psicopatológicos e significativo sofrimento psíquico.

A violência psicológica passa a comprometer a saúde mental da mulher, por interferir em sua crença e suas competências. Em diversos casos as mulheres apresentam distúrbios na capacidade de se comunicar com outras pessoas, passando a desenvolver sentimento de insegurança quanto às decisões a serem tomadas no dia a dia de suas vidas”, ponderou. “Um perigo que acarreta alterações psíquicas decorrentes do trauma, incluindo o estado de choque. Por vezes, a mulher precisa abrir mão não apenas de seus sentimentos, mas também de suas vontades, desenvolvendo o senso de incapacidade, inutilidade e baixa autoestima devido à perda de amor próprio e da valorização de si mesma”, ressaltou a psicóloga.

A especialista alerta que a violência psicológica deve ser um tema bastante abordado, pela sociedade, pois, se trata de problema de saúde pública e de difícil identificação. “Especialmente para a mulher, pois, traz implicações negativas, onde algumas de suas consequências podem ser revertidas e outras, infelizmente, não”, finalizou Brisa Dantas.

A violência contra a mulher é registrada ao longo da história, sendo praticada sob diversas formas, mas com a promulgação da Lei Maria da Penha, o público feminino passou a ter mais conhecimento sobre seus direitos e, com isso, o número de denúncias dessas violências aumentou. Conforme prescrito na lei, são 5 tipos de violência contra a mulher: física, moral, psicológica, patrimonial e sexual.