Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Uma reportagem da edição desta semana da revista ‘Veja’ revelou o nome de duas testemunhas que foram indicadas pelo então juiz, atual ministro da Justiça, Sérgio Moro ao procurador Deltan Dallagnol, responsável por coordenar a Operação Lava-Jato.
As duas pessoas são Nilton Aparecido Alves, um técnico em contabilidade de Campo Grande, e o empresário Mário César Neves, dono de um posto de combustível na capital sul-mato-grossense.
A indicação de testemunha já havia sido divulgada e confirmada por Moro. Durante uma conversa pelo aplicativo Telegram, o ministro disse ao procurador que conhecia uma testemunha “aparentemente disposta” a falar dos imóveis relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dellagnol teria procurado as testemunhas potenciais em dezembro de 2015, mas elas se recusaram a colaborar, então, o procurador sugeriu que testemunhassem de forma anônima. Assim, poderia justificar a expedição de uma intimação que os obrigaria a depor.
De acordo com a reportagem, teoricamente, Moro pode ser acusado de praticar fraude processual, pois, como juiz, não poderia indicar testemunhas.
Nilton Aparecido já foi investigado pelo Ministério Público por pagar propina para uma organização que fraudava impostos e gerou prejuízo de R$ 44 milhões ao Mato Grosso do Sul. Procurado pela revista, ele disse não estar envolvido.
“Não sei por que meu nome está nessa história. Alguém deve ter falado alguma coisa errada”, disse ele.
Já Mário César Neves confirmou que foi abordado pela Lava-Jato
“O pessoal do Ministério Público me ligou, não sei mais o nome da pessoa, mas ela queria saber quem era o Nilton, que serviços ele prestava e como poderia encontrá-lo”, contou ele, que confirmou ter informado como encontrar Aparecido. Porém, não falou sobre possíveis transações imobiliárias do filho de Lula.