Brasil
Polícia Federal realiza operação contra esquema de fraudes a fundos de pensão e mira parlamentar
Cerca de 100 policiais federais cumprem mandados de prisão em várias cidades do paísA Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira, a Operação Grand Bazaar. O objetivo é desarticular um esquema criminoso de pagamentos de vantagens indevidas a parlamentar federal por pessoas envolvidas em fraudes a fundos de pensão. Estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo a PF, o deputado federal Sergio Souza (MDB-PR) é suspeito de envolvimento em esquema de envio de recursos desviados de fundos de pensão para empresas de fachada nos EUA.
Sergio Souza foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos fundos de pensão concluída na Câmara dos Deputados em abril de 2016. A comissão trabalhou por oito meses e analisou números dos quatro maiores fundos de pensão do Brasil – Caixa Econômica Federal (Funcef), Correios (Postalis), Petrobras (Petros) e Banco do Brasil (Previ) – entre 2003 e 2015.
A investigação, instaurada no ano de 2018, teve início a partir da colaboração premiada de um operador financeiro que atuou em diversas fraudes desvendadas pelas Operações Cui Bono e Patmos, ambas deflagradas pela Polícia Federal em 2017. As fraudes também foram investigadas por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que funcionou na Câmara dos Deputados, nos anos de 2015 e 2016.
O ciclo de lavagem de dinheiro envolvia a remessa de recursos desviados dos fundos de pensão para empresas de fachada nos Estados Unidos. Com a confirmação do recebimento de valores em contas indicadas no exterior, operadores disponibilizavam recursos em espécie no Brasil, a fim de que fossem entregues em endereços vinculados a supostos intermediários do parlamentar federal, tanto em residências em Brasília/DF, como em hotéis em São Paulo/SP.
Cerca de 100 policiais federais cumprem os mandados judiciais nos endereços dos investigados, dentre eles autoridades públicas, beneficiários dos recursos, operadores financeiros, um advogado e empresários que teriam pago vantagens indevidas ao parlamentar em troca de proteção na citada CPI.