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Polícia Civil diz que loja ‘Zara’ do Ceará criou código para ‘alertar’ entrada de negros no estabelecimento
Testemunhas que trabalharam no local contaram que eram orientadas a identificar essas pessoas com estereótipos considerados fora do padrão da loja
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Lojas Zara/ Foto – Divulgação
A Polícia Civil do Ceará concluiu que a loja Zara, do Shopping Iguatemi, em Fortaleza, criou um código interno para informar sobre a entrada de negros ou de pessoas com “roupas simples”. Os detalhes da discriminação tomaram notoriedade após o episódio envolvendo a delegada Ana Paula Barroso, que foi impedida de entrar na loja e registrou um boletim de ocorrência por racismo.
Na ocasião, de acordo com a polícia, foi o gerente da loja, Bruno Felipe Simões, de 32 anos, o responsável por barrar a delegada.
O “alerta” criado pela loja sempre que uma pessoa negra entrava no estabelecimento era: “Zara zerou”. A frase era dita no sistema de som.
Testemunhas que trabalharam no local contaram que eram orientadas a identificar essas pessoas com estereótipos considerados fora do padrão da loja. A partir dali elas eram tratadas como nocivas e passavam a ser acompanhadas de perto.
Em nota a Zara Brasil afirmou que não teve acesso ao relatório da polícia civil, mas que vai colaborar com as autoridades. A empresa também reforçou que “não tolera qualquer tipo de discriminação”. Mas também não respondeu se o gerente indiciado segue no cargo.
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