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Mulher é torturada e mantida em cárcere privado pelo namorado

Vítima era agredida com barras de ferro, cadeira e faca desde o dia 24 de dezembro

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Mulher tinha hematomas por todo o corpo
(foto: Reprodução)

Uma jovem de 22 anos passou 17 dias sob tortura do namorado, um tatuador de 37 anos, em Ceilândia, no Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, as agressões começaram no dia 24 de dezembro e só se encerraram nessa sexta-feira (10), após a prisão do suspeito em flagrante. A jovem ainda passou 11 dias em cárcere privado.

Em depoimento, a mulher relatou que era agredida constantemente com diversos objetos, entre eles, barra de ferro, faca e cadeira. A jovem ficou presa na própria casa, podendo sair, inicialmente, apenas para trabalhar. “No trabalho os colegas notaram os hematomas, mas a vítima alegou que tinha caído. No dia 26, ela ficou presa em casa novamente, e no dia 30 teve a oportunidade de trabalhar de novo, mas sob a ameaça que se falasse para alguém, ele a mataria, então ela acabou voltando para casa”, detalhou o delegado Gutemberg Morais, responsável pelo caso, em entrevista ao Correio Braziliense.

O delegado afirma que a partir do dia 30, a jovem ficou em cárcere privado. “Ele tomou o celular dela e a única pessoa com quem ele a deixava falar era com a mãe, pelo telefone. Mas enquanto ela falava, ele a ameaçava com uma faca no pescoço. Ela dizia que estava doente”, conta. O delegado comenta que durante o período foram feitas algumas denúncias anônimas de agressão. “A Polícia Militar chegou a ir no local, mas ninguém abria a porta, não aparecia ninguém, mas ontem falaram que ela estava dentro de casa com o agressor e que não adiantava apenas bater”, conta Gutemberg. Devido as idas da polícia à casa, o agressor levou a vítima para a casa de uma irmã, mas voltou após dois dias.

A Polícia Militar retornou ao endereço novamente nessa sexta-feira (10), quando uma das testemunhas compareceu, e então, conseguiram falar com a vítima. Inicialmente, ela negou. Segundo o delegado, o agressor teria obrigado a mulher a dizer que havia sido agredida em uma festa. Mas a testemunha interveio e a vítima acabou revelando a verdade.

Agressões filmadas

As agressões foram filmadas e fotografadas pelo acusado. As imagens foram enviadas para amigos, segundo a polícia, inclusive para uma ex dele, que relatou tudo à polícia. “Ela estava em outro estado, e assim que ela voltou, ele mandou outro vídeo”, comenta.

A vítima começou a namorar com ele em março de 2019 e passou a morar com ele novembro. “Psicologicamente ela está abalada, mas ao mesmo tempo ela parecia aceitar a questão da submissão. Como se o fato dela estar em cárcere fosse algo comum. fiquei assustado com essa situação”, comenta o delegado.

O acusado já tinha passagem pela polícia por roubo, extorsão, mediante sequestro e homicídio.

A apuração é da jornalista Juliana Andrade, do Correio Braziliense.