Brasil
Modelo de gestão sem chefe é tendência nas empresas
Especialista diz se isso é possível e como implementar
Parece um cenário muito difícil de se imaginar, porém, o “Unbossing”, que na tradução quer dizer ”sem chefe”, vem sendo uma alternativa de trabalho crescente no mercado. A ideia é ter um ambiente de trabalho colaborativo, ao invés de existir um profissional liderando os times, trocar o modelo de ”chefe mandão”, por uma cultura organizacional onde todos trabalham juntos. Será que em todas as empresas é possível fazer isso?
Para a especialista em Liderança e Gestão de Pessoas, Rosa Bernhoeft, CEO da Alba Consultoria, tudo isso tem surgido pela acelerada mudança do mercado de trabalho e do formato do trabalho dentro das empresas e dos negócios. “Exemplos disso são o trabalho remoto, o trabalho híbrido, em decorrência da pandemia, as demissões que estão acontecendo em todos os níveis, sendo pelo tempo de casa dos colaboradores, ou por precisar enxugar a estrutura da empresa”, explica.
Rosa afirma que, para um trabalhador que vai trabalhar sem chefe, é preciso algumas condições. “O profissional terá que buscar se conhecer e se tornar mais seguro do que se sabe. Saber qual a sua melhor habilidade. Ele também precisa se sentir mais dono do que ele quer e mais exigente consigo mesmo. Isso implica em uma disciplina, pois não terá uma pessoa supervisionando o que ele está fazendo. O profissional também precisa se preparar para ofertar seus conhecimentos, sendo como funcionário ou autônomo, por tempo determinado ou não e estar atento às modalidades de contratação do mercado. Ele precisará também de mais consciência do poder de entregar resultados sem precisar sem mandado, além de exercer sua capacidade social de se relacionar”.
Rosa conclui que, com isso, os benefícios surgem. “Estamos dentro de uma situação em que há uma maior oportunidade de progresso e aprendizado para o profissional que ele investe em si mesmo e traz um ganho de autoestima e possibilidade de ser reconhecido pelas contribuições que pode dar. Mas para dar certo sem chefes, precisamos de líderes capazes de dar incentivos, suporte e reconhecimento pelos resultados e ter um grupo alinhado ao redor de uma meta e um propósito comum. Isto significa uma perspectiva de crescimento para todos”.