Brasil
Lula critica Donald Trump: ‘Ele foi eleito para governar os EUA, não o mundo’
O presidente também comentou sobre barreiras comerciais impostas por Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista exclusiva à Super Rádio Tupi, nesta quinta-feira (20), que ainda não teve contato com Donald Trump desde que o republicano foi eleito para um novo mandato como presidente dos Estados Unidos.
Lula destacou que o Brasil mantém uma relação comercial equilibrada com os americanos, mas criticou a postura protecionista de Trump em relação ao comércio global.
“Não tive contato com Trump. Mandei uma nota parabenizando pela posse, mas não conversei com ele”, disse o presidente. Segundo ele, a abordagem do republicano tem sido marcada por declarações impulsivas e tentativas de interferência em outros países. “O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, não para governar o mundo”, afirmou.
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Lula ressaltou que os EUA continuam sendo um parceiro estratégico do Brasil, mas que a relação entre os dois países não é de dependência. “Temos um déficit comercial de aproximadamente US$ 5 a 7 bilhões, mas nossa relação é equilibrada. Exportamos e importamos em volumes semelhantes”, explicou.
O presidente também criticou as barreiras comerciais impostas por Trump e alertou para os impactos dessas medidas na economia global. “Agora ele está taxando os produtos de vários países, e isso vai aumentar a inflação nos Estados Unidos e no mundo”, afirmou. “Ele deveria parar com essa ideia de protecionismo e respeitar a soberania de cada país”.
Lula ainda destacou que, ao contrário de décadas passadas, o Brasil hoje tem autonomia para negociar com diversos mercados. “Já abrimos mais de 155 novos mercados desde que tomei posse”, disse. Ele citou viagens recentes ao Japão, Vietnã e Coreia do Sul como parte dos esforços para expandir as exportações brasileiras e garantir novas oportunidades comerciais.
A declaração do presidente reforça a postura de independência do Brasil na política externa e indica que o governo não pretende mudar sua estratégia em função da nova gestão americana. “Queremos uma relação comercial justa e soberana, sem sobressaltos”, concluiu.
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