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Liderança feminina esbarra na desigualdade de gênero

Menos tempo para se dedicar e jornada dupla estão entre os agravantes da disparidade de gênero nos negócios, alerta Nayara Carrilo

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Liderança feminina esbarra na desigualdade de gênero
Liderança feminina esbarra na desigualdade de gênero

As mulheres são 48% dos empreendedores brasileiros, segundo o Sebrae. Entretanto, elas correspondem a apenas 20% das operações de crédito do país, conforme aponta o Ministério da Economia. Os dados refletem a desigualdade de gênero que permeia o empreendedorismo, contraste que a empresária imobiliária e influenciadora digital Nayara Carrilo conhece bem.

Além de administrar imóveis no Pará, ela também tem sua própria imagem como CNPJ e destaca que gerir o próprio negócio, apesar de prazeroso, pode ser desafiador — em especial quando se é mulher.

“Existem variantes que pesam quando o assunto é competir de igual para igual. A jornada dupla, por vezes tripla, é uma delas, pois precisamos conciliar a vida de dona de casa e dos filhos com os negócios, o que faz com que dediquemos menos tempo que os homens às empresas”, pontua Nayara.


Se impor também pode não ser uma tarefa fácil, já que algumas atitudes e o posicionamento são constantemente mal interpretados. “Enquanto um homem firme pode ser visto pelos colaboradores com um líder, de personalidade forte, as mulheres são arrogantes e sistemáticas. Se tornar tão boa quanto um homem na mesma tarefa também pode ser desigual, já que eles costumam ter mais tempo e incentivo para desenvolver habilidades voltadas para os negócios”, pontua.


“A necessidade faz a mulher empreender. O lucro é para sustentar a família, não necessariamente para enriquecer. Essa é uma diferença que faz com que negócios abertos por homens e mulheres evoluam de maneira diferente. A maturação de escalonar a marca ou projeto vem depois, a muito custo”, completa a empresária.

Disparidade aumentou na pandemia

Se o cenário apresentava claros sinais de disparidade de gênero nos negócios, a pandemia veio para deixar esses dados óbvios. Segundo o Sebrae, entre 2019 e 2022, houve queda de quase 25% na participação feminina em negócios.


“É uma vulnerabilidade, ainda mais quando se analisa que os negócios fechados podem, por vezes, ser a única fonte de renda da família gerida por essas mulheres, por isso a importância do incentivo. Minha vida mudou completamente após eu me tornar empresária, e não só financeiramente, mas é uma transformação de vida que empodera”, defende.


Apesar das dificuldades, Nayara Carrilo destaca a importância de ocupar esse espaço nos negócios: “Mulheres são tão capazes quanto os homens e cada vez mais se destacam no mercado. A melhor forma de vencer essas diferenças sociais é se aprimorar, buscar referências, fazer muitos estudos de mercado. Quanto mais único for o seu trabalho, melhores as chances de transpor essas barreiras”, pontua.


Há anos em um mercado de maioria masculina, o imobiliário, Nayara Carrilo destaca que uma das maiores vantagens de empreender é a liberdade financeira, geográfica e de tempo. Vantagens que fazem a diferença na vida de uma mulher quando há incentivo.