Brasil
Justiça converte em preventiva prisão de acusados de vender carne estragada
Irmãos e sócios da Tem Di Tudo Salvados são suspeitos de esquema que envolveu 800 toneladas de carne imprópria e lucro milionárioA Justiça do Rio de Janeiro converteu nesta sexta-feira (24) em preventiva a prisão de quatro acusados de vender carne imprópria como “nobre uruguaia”. Os irmãos Almir Jorge Luís da Silva e Altamir Jorge Luís da Silva, sócios da distribuidora Tem Di Tudo Salvados, além do gerente José Luis Dias da Silva e do diretor de Logística Ciro José Marinho, estão presos e são apontados como responsáveis por um esquema que movimentou 800 toneladas de carne contaminada.
De acordo com as investigações, as carnes — incluindo bovina, suína e frangos — ficaram submersas durante enchentes no Rio Grande do Sul em 2022 e deveriam ter sido descartadas. Em vez disso, os produtos tiveram marcas apagadas e foram revendidos a mercados e açougues de todo o Brasil como cortes nobres, com lucro estimado em R$ 5 milhões.
LEIA MAIS: Cenário de guerra: vídeo mostra casa destruída durante operação no Alemão;
A operação Carne Fraca identificou 17 toneladas da mercadoria em Contagem (MG), parte de um lote que foi transportado em 32 carretas para diversas regiões do país. Durante a ação, também foram apreendidos medicamentos e testes de Covid-19 vencidos, levantando suspeitas de que o esquema possa incluir outros produtos impróprios para consumo.
Segundo o delegado Wellington Vieira, a Decon do Rio está analisando documentos e eletrônicos apreendidos e solicita que consumidores denunciem possíveis compras de produtos da Tem Di Tudo. “Pelas normas sanitárias, qualquer mercadoria de origem vegetal ou animal exposta a acidentes ou, como neste caso, a enchentes, tem que ser descartada, assim como produtos vencidos”, afirmou.
A investigação segue acontecendo, com a polícia ampliando a cooperação com seguradoras e outras delegacias para mapear a distribuição da carne contaminada.