Editor de política do Correio Braziliense conversa com Cidinha sobre julgamento de Bolsonaro: ‘Situação judicial tende a ficar mais séria’

Na tarde desta terça-feira (25), o repórter Carlos Alexandre, editor de Política no Correio Braziliense, entrou ao vivo no programa Cidinha Livre para falar sobre o julgamento, que ocorre em três sessões marcadas para esta terça-feira (25) e quarta-feira (26), para decidir se a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2022 será aceita.

“De um lado temos a estratégia dos advogados, o que eles estão tentando fazer no sentido de defender os clientes deles, um movimento muito claro. Eu incluo a manifestação de um dos advogados de defesa, que em outras ocasiões também teve participações muito veementes em relação ao ponto de vista dele. A outra questão, em que eu incluo também o ex-presidente Jair Bolsonaro, é uma tentativa de politizar o julgamento, tentando tirar a legitimidade do judiciário”, explicou Carlos Alexandre.

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Cidinha Campos citou a repercussão negativa do posicionamento dos advogados mencionado pelo repórter e perguntou sobre a quantidade de pessoas nas ruas próximas ao local. “Não tem gente aqui nessa dimensão. Eu imagino que a manifestação no Rio de Janeiro já foi um sintoma, com número de pessoas muito abaixo do que eventualmente eles gostariam. Então, esse é um assunto que está bem restrito ao judiciário. Tudo que foge disso, é uma tentativa de desviar a atenção daquilo que é o principal hoje”, afirmou o repórter.

Carlos Alexandre declarou ainda que existe um questionamento sobre a primeira turma ser adequada para tratar do caso do ex-presidente Bolsonaro. “A tendência que prevalece é de que sim, os ministros integrantes da primeira turma são o colegiado adequado para julgar.”

Sobre o comportamento de Bolsonaro no plenário, o repórter declarou que o ex-presidente chegou no local pela manhã de surpresa. “Em determinados momentos ele ficou mais sério. O tribunal ele exige seriedade. Mas independentemente de estratégias políticas, a situação judicial dele tende a ficar cada vez mais séria. Hoje vai ser um passo importante, pois ele e outros réus estão entrando no escrutínio do Supremo. Isso irá dar um direcionamento ao que irá acontecer com todo esse pessoal envolvido na trama golpista.”

“Estamos completando 40 anos de democracia. Temos no Supremo familiares de pessoas que foram vítimas do Regime Militar acompanhando o caso. O Brasil está a meses refletindo sobre os absurdos cometidos na Ditadura”, completou Carlos Alexandre.

“Realmente, o caso é maior do que isso. Ele avança pela história do Brasil, como o caso do Stuart Angel, brutalmente assassinado, e o Herzog. Hoje é o “D” na vida do Bolsonaro. E acho que os fanáticos que seguem ele terão um choque de realidade. Eles achavam que o Alexandre de Moraes era o algoz do Bolsonaro. Hoje ficará claro que o STF está unido na discussão dos abusos que ele cometeu, como esse. Ele cometeu o maior de todos os crimes na minha opinião, tentar matar a democracia”, declarou Cidinha.

Assista o julgamento ao vivo: