Brasil
Julgamento de Bolsonaro: Moraes nega que esteja condenando ‘velhinhas com a Bíblia na mão’
Ministro Alexandre de Moraes esclarece que o Supremo Tribunal Federal não está penalizando manifestantes pacíficos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (25) que a Corte não está condenando “velhinhas com a Bíblia na mão” durante os julgamentos relacionados às denúncias de tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023.
A declaração foi uma resposta às críticas de que o STF estaria penalizando manifestantes pacíficos. Confira a fala:
“Eu aproveito aqui, presidente, para desfazer uma narrativa totalmente inverídica. Até um dos nobres advogados disse uma questão de terraplanismo, de que aqui seria muito semelhante. Se cria uma narrativa assim como a terra seria plana, o Supremo Tribunal Federal estaria condenando, abre aspas, ‘velhinhas com a bíblia na mão’, fecha aspas, que estariam passeando num domingo ensolarado pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Congresso Nacional e pelo Palácio do Panalto. Nada mais mentiroso do que isso, seja porque ninguém lá estava passeando, e as imagens demonstram isso, seja pelas condenações que eu peço para colocar para facilitar”, disse Moraes.
Respeito a livre manifestação
Moraes enfatizou que as condenações têm como alvo indivíduos envolvidos em atos antidemocráticos e violentos, destacando que o STF respeita o direito à livre manifestação, desde que exercido de forma pacífica e dentro dos limites constitucionais.
O ministro ressaltou ainda que as investigações e processos em curso visam assegurar a ordem democrática e responsabilizar aqueles que atentaram contra as instituições brasileiras.
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Bolsonaro e Braga Netto: ‘líderes’ da tentativa de golpe
O Procurador Geral da República (PGR), Paulo Gonet, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Walter Braga Netto eram os “líderes da organização criminosa, que tinha por objetivo gerar ações que garantissem a sua continuidade no poder, independentemente do resultado das eleições de 2022”.
A declaração foi feita na apresentação da denúncia da PGR contra Bolsonaro e aliados por suposta organização criminosa para a tentativa de golpe. Durante a leitura da denúncia, Gonet fez um panorama das atuações de Jair Bolsonaro ao longo do seu mandato que, segundo ele, tinham o intuito de provocar uma ruptura institucional.
“Todos aceitaram, estimularam e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra a existência e independência dos poderes e o Estado democrático de direito. Os delitos descritos na denúncia não são de ocorrência instantânea. Eles compõem uma cadeia de acontecimentos articulados para que, por meio da força ou da sua ameaça, o presidente da República, Jair Bolsonaro não deixasse o poder, ou a ele retornasse, contrariando o resultado das eleições”, disse Paulo Gonet
