Brasil
Indicadores sugerem recuperação desigual da economia, diz BC
Ata do Copom indica incerteza sobre ritmo de crescimento no fim de ano
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Foto:Marcello Casal/Agência Brasil
A economia brasileira apresenta recuperação desigual entre os setores, assim como ocorre em outros países, e ainda há incertezas sobre o ritmo de crescimento, principalmente a partir do fim de ano, quando deve terminar o efeito dos auxílios emergenciais pagos pelo governo. A avaliação é do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e consta da ata da última reunião, divulgada hoje (3).
“Os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento. Contudo, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas. Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre a continuidade da retomada da atividade econômica”, diz o Copom, ponderando que essa imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar a retomada ainda mais gradual da economia.
De acordo com o comitê, no cenário internacional, a forte retomada em alguns setores produtivos parece sofrer alguma desaceleração, em parte devido à segunda onda da pandemia de covid-19 em algumas das principais economias. Apesar das incertezas desse cenário e da possível redução dos estímulos governamentais, “a moderação na volatilidade dos ativos financeiros segue resultando em um ambiente relativamente favorável para economias emergentes”.
Na última semana, o comitê manteve a taxa básica de juros da economia (Selic) em 2% ao ano, o menor nível desde o início da série histórica do BC, em 1986. A manutenção da Selic em baixa estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica.
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