Brasil
Governo promoverá privatizações, leilões e concessões em 2020
Eletrobras, Casa da Moeda, além de parques nacionais como os Lençóis Maranhenses estão na agenda de privatizações de 2020O governo decidiu mudar, pela segunda vez em um ano, a pasta que comanda as privatizações. O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) deixou a Casa Civil, chefiada pelo ministro Onyx Lorenzoni, e passou a ser coordenado pelo Ministério da Economia, de Paulo Guedes. A alteração foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (31). Paulo Guedes acredita que conseguirá melhores resultados na economia ao enxugar o Estado. Isso quer dizer privatizar, diminuir o número de estatais. O que não aconteceu em 2019.
Em 2020, porém, a história será diferente. A carteira de projetos já anunciados que o governo Bolsonaro pretende transferir para a iniciativa privada soma, atualmente, 115 ativos. Desse total, ao menos 64 devem ser leiloados ainda neste ano. E isso inclui a venda de 6 estatais, o leilão da internet 5G e concessões de aeroportos, rodovias, ferrovias e até parques nacionais.
A tarefa não é tão simples. É que para conseguir cumprir a agenda de privatizações, o governo terá que vencer barreiras. Um dos principais obstáculos é o aval do Congresso, principalmente na privatização de estatais como a Eletrobras e a Casa da Moeda.
O desenho final do PPI no Ministério da Economia deve ser traçado na próxima reunião semanal que Guedes faz com o secretariado.
Para o economista Gilberto Braga, o PPI é uma forma de solucionar a falta de investimento em infraestrutura no país devido à crise financeira que o Brasil ainda atravessa:
“Nos últimos anos faltou dinheiro para o país. Ou seja, não há recurso para se investir em infraestrutura. Os Programas de Parcerias de Investimentos buscam fomentar uma empresa, um arranjo entre o Estado e o investidor privado, seja ele brasileiro ou estrangeiro, de maneira a deslanchar o desenvolvimento em áreas que requerem muitos recursos e cuja a disponibilidade não existe.”
Braga também disse acreditar como positiva a mudança de comando do setor de privatizações do governo:
“O ministério de Paulo Guedes é um segmento com muito mais força. Talvez, junto com o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, sejam os nomes de maior credibilidade do governo com a população e o mercado. Então o mercado vê com bons olhos essa mudança de segmento.”
Dos 64 projetos federais que o governo quer transferir para a iniciativa privada neste ano, apenas 13 têm leilões previstos para acontecer no 1º semestre. A maioria deles ainda está na fase de estudos técnicos e só deverá chegar na etapa de licitação a partir do segundo semestre. O primeiro leilão do ano será o da BR-101 (SC), marcado para 21 de fevereiro.
Segundo apuração do jornalista Darlan Alvarenga, do G1, o primeiro leilão de parques nacionais deverá ser o de Aparados da Serra (RS), que já foi colocado em audiência pública. Na sequência, serão licitados os parques de Jericoacoara, Lençóis Maranhenses e do Iguaçu, cuja atual concessão vence em 2020. Ainda de acordo com Alvarenga, o modelo elaborado pelo groverno prevê contratos de 30 anos mediante a melhor proposta de investimentos.
Projetos previstos para o ano:
6 privatizações (Eletrobras, Casa da Moeda, Ceagesp, CeasaMinas, ABGF e EMGEA)
22 aeroportos (Bloco Norte, Sul e Central)
7 rodovias (BR-101-SC, BR-153/080/414-GO/TO, BR-381/262-MG/ES, BR-163/230-MT/PA, Dutra, Concer e CRT)
5 ferrovias (Ferrogrão, Fiol e renovações da Malha Paulista, EFVM e EFC)
9 terminais portuários
4 parques nacionais (Lençóis Maranhenses, Jericoacoara, Iguaçu e Aparados da Serra)
4 direitos minerários
1 leilão de óleo e gás (17ª Rodada)
3 projetos no setor de energia (Angra 3, leilão de geração A-4 e leilão de geração A-5)
2 PPPs (Comaer e comunicação das polícias)
1 leilão do 5G