Digitalização vira desafio para idoso que tenta acessar serviço de plano de saúde
Conecte-se conosco

Brasil

Digitalização vira desafio para idoso que tenta acessar serviço de plano de saúde

Médica explica como idosos podem ter uma boa relação com a tecnologia.

Publicado

em

Idoso
Idoso (Foto: iStock)

A crescente digitalização dos serviços tem trazido desafios específicos para os idosos, especialmente quando se trata de acessar serviços de saúde, como os planos de saúde. Dados recentes evidenciam que cerca de 42% dos idosos enfrentam dificuldades ao lidar com plataformas digitais e aplicativos. Diante dessa realidade, a importância de os idosos se preocuparem com as questões tecnológicas torna-se cada vez mais evidente. Aproximadamente 60% dos serviços de saúde, incluindo planos e consultas, estão agora disponíveis online, sentindo-se motivados a acompanhar a evolução tecnológica para acessar os cuidados médicos de forma eficiente. Investir na familiarização com tecnologias, como dispositivos móveis e computadores tem sido essencial. Como isso pode prejudicar a saúde dos mais velhos? Quais as outras alternativas para a terceira idade?
 
A tecnologia é uma realidade cada vez maior no nosso dia a dia. A cada dia que passa, nos tornamos mais dependentes dos aplicativos, da internet, e tudo se torna muito confuso quando cai uma rede wi-fi e deixamos de ter por algumas horas o serviço da internet disponível. Hoje em dia, tudo se compromete. Segundo a médica geriatra e psiquiatra, Roberta França, essa é uma realidade que não mais poderá ser modificada. “Todos nós, idosos ou não, teremos que nos adaptar a essa nova maneira de marcar consultas, agendar exames, fazer pagamentos, fazer movimentações bancárias. Então a cada dia nós somos colocados em desafios de aprendizados novos, de novas habilidades, para que nós possamos interagir com esse novo mundo”, afirma. 

Médica geriatra e psiquiatra Roberta França
Médica geriatra e psiquiatra Roberta França (Foto: Reprodução)

Roberta diz que essa relação dos idosos com a tecnologia é em alguns casos um pouco mais complicada, pois é uma realidade nova em todos os sentidos para eles. “É diferente de quem já nasce com essa tecnologia, já disponível, que já desde pequenino, já aprende a lidar com o ambiente tecnológico. Então, nós temos que ter paciência, nós temos que ter entendimento, que o processo de compreensão do idoso vai ser um pouco mais lentificado, mas ele tem toda condição de aprender. Então, é importante que a família esteja presente, que a família esteja disponível para ensinar. Então evite fazer as coisas pelo idoso. Às vezes parece mais fácil, mais rápido, mas quando a gente faz pelo idoso, a gente impede que ele aprenda a executar aquela tarefa sozinho, e o que a gente quer é que eles tenham, nesse mundo tecnológico, autonomia e capacidade de executar e de gerenciar as suas tarefas sozinhos”, explica. 

Roberta finaliza recomendando que é preciso ter paciência para ensinar. “Anotar é uma coisa muito importante, fazer um esquema desenhado num papel. Isso facilita muito para eles. E óbvio que todas as empresas, todas as plataformas que trabalham com a criação dos aplicativos devem ter a consciência de que quanto mais elas simplificam a entrada, a navegação, mais fácil será para que os idosos compreendam os comandos e façam de forma autônoma. Esse é o grande objetivo. Quanto mais a gente conseguir trazer autonomia para eles, isso, obviamente, vai promover saúde, bem-estar e uma sensação de que está inserido. Porque o grande objetivo é mostrar que ele faz parte do mundo, mesmo não tendo nascido nessa época, nesse lugar tão tecnológico, ele pode aprender e ele pode vivenciar isso de uma forma plena e objetiva”.