Cresce o número de jovens empreendedores no Brasil, diz pesquisa

Aproximadamente oito milhões de jovens brasileiros, com idades entre 18 e 24 anos, estão à frente de seus próprios negócios, segundo revelou uma recente pesquisa do Monitor Global de empreendedorismo. Isso não está apenas mudando a dinâmica econômica do país, mas também está inspirando outros a seguirem o mesmo caminho, reforçando a importância de incentivos e apoiando a inovação desde cedo.

Para Delma Lopes, especialista em Negócios, Comunicóloga e Coautora do livro “Além do Digital – Empreendedorismo em 365 graus”, há inúmeros fatores que contribuíram para este crescimento. “Os jovens de hoje já nascem com um “chip” diferente. Eles usam tecnologia desde muito novos e, mesmo quando surge uma nova ferramenta digital, eles têm uma velocidade de compreensão muito rápida. E essa velocidade também é perseguida por eles, nos resultados. Um produto ou serviço com a estratégia certa tem transformado garotos em milionários e isso faz com que muitos deles tenham preferência em se arriscar no empreendedorismo a passar anos em uma faculdade, que já foi sinônimo de autoridade.

Apesar do resultado positivo, nem sempre é fácil empreender quando se é jovem. Para a especialista em Empreendedorismo, Marketing Digital e CEO da Engenho Digital, Kharina Farias, é preciso se planejar e buscar apoio ao decidir abrir um negócio. “Planejamento é primordial. É necessário analisar como sair do Ponto A até o B. Só após ter essa clareza e com modelo de negócios que seja escalável – e as startups são as queridinhas do mercado, neste quesito – é que o empreendedor vai conseguir buscar uma linha de crédito voltada para empreendedores, em bancos privados ou outras fontes como o EMPRETEC do SEBRAE, e que também tem uma linha de crédito para os empreendedores, além da Bossa Invest, que aposta em startups escaláveis”, explica.

Para quem deseja abrir um negócio, Delma dá a dica: “É preciso clareza de onde quer chegar e traçar as estratégias para conseguir isso. É importante estudar o mercado e checar se há demanda para o quer oferecer, definir se vai sozinho ou buscar um sócio investidor ou fazer um curso para adquirir uma habilidade ou mais que vão viabilizar o seu empreendimento. Quatro delas são indispensáveis, marketing digital, posicionamento, finanças, comunicação e oratória. Por fim, ter um mentor, alguém que já trilhou o caminho que você está começando a desbravar”, orienta Lopes.

Kharina acredita que há habilidades cruciais que o empreendedor precisa ter. “Recursos emocionais, financeiros, tecnológicos, gestão com fluxos e processos. Já as habilidades indispensáveis são comunicação e oratória, se ele não sabe falar com clareza sobre o que faz, o público não vai entender, logo não vai comprar sua ideia, produtos ou serviços. Aliado a isso, dominar as técnicas de venda porque o profissional que não sabe vender, não lucra. Sempre recomendo aos meus clientes fazerem mentorias e cursos para aprender um pouco de tudo desse ecossistema, assim, na hora de contratar, por exemplo, um social media, um gestor de tráfego, enfim, formar sua equipe e cobrar resultados não fará de forma leiga”, lembra a especialista em empreendedorismo.

Afinal, existe idade certa para começar a investir em um negócio? “Não tem idade. Porém, quanto mais jovem, contar com a orientação de um mentor aumentará as suas chances de acerto porque, além de tecnologia, outras competências como as emocionais, por exemplo, pesam e muito na hora de tomar decisões que vão impactar no sucesso ou no fracasso do empreendimento”, finaliza Delma Lopes.