Avanço do uso do celular entre brasileiros 60+ é risco para artrose nas mãos - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco

Brasil

Avanço do uso do celular entre brasileiros 60+ é risco para artrose nas mãos

Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão alerta para o desenvolvimento de desgaste das articulações das mãos

Publicado

em

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

A mudança de comportamento entre idosos no que se refere às facilidades do uso da tecnologia já reflete nos números. De acordo com dados de uma pesquisa recente da PNAD Contínua Tecnologia da Informação e Comunicação (PNAD TIC 2023), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2022 e 2023, o percentual de pessoas no país com 60 anos ou mais que utilizaram a internet saltou de 62,1% para 66% do total. Já a posse de celular por brasileiros 60+ passou de 73,7% para 76,1%.

O avanço do uso de celulares entre esse público é um fenômeno crescente, refletindo a maior inclusão digital e o desejo de se manter conectados. No entanto, o uso intensivo desses dispositivos pode, em alguns casos, ter implicações para a saúde das mãos, especialmente em uma faixa etária onde o risco de condições articulares, como a artrose, já pode ser maior.

Comum em idosos por conta do envelhecimento da cartilagem das articulações e em mulheres, que representam 61% dos pacientes, além de pessoas que trabalham com atividades que usam muito as mãos, a artrose é caracterizada pela degeneração e desgaste das juntas, o que causa desconforto, inflamação e dor pelo aumento do atrito entre os ossos.

“O uso contínuo de smartphones pode levar a um esforço repetitivo das articulações das mãos e dos dedos. Digitar mensagens, rolar páginas e realizar outras atividades podem colocar estresse adicional nas articulações, potencialmente exacerbando ou contribuindo para o desenvolvimento de condições como a artrose”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa.

Segundo o ortopedista, à medida que envelhecemos, a cartilagem nas articulações naturalmente se desgasta e a capacidade de regeneração do corpo diminui. “Para pessoas com 60 anos ou mais, o uso intenso do celular pode acelerar o processo de desgaste articular, especialmente se já houver sinais de artrose.

Com o avanço da doença, as dores podem se tornar mais fortes, causar rigidez, limitar o movimento das mãos, e consequentemente, impactar na realização de tarefas básicas do dia a dia, como segurar objetos e escrever. “Em casos mais graves, pode provocar nódulos e deformações nos dedos”, ressalta o especialista da SBCM.

Como retardar o avanço da doença

A artrose é uma condição que não tem cura, no entanto, hoje há vários recursos para retardar sua progressão. O tratamento inicial é clínico com uso de medicação, inclusive, as que protegem a cartilagem e podem retardar o processo de desgaste, além de reduzir a dor. “Casos mais avançados de artrose nas mãos podem necessitar de um procedimento cirúrgico, cujo método é determinado de acordo com a articulação afetada e o grau da doença”, fala o ortopedista.

Além dos medicamentos, sessões de fisioterapia desempenham um papel importante no tratamento da artrose nas mãos, sendo que são recomendados exercícios leves e de baixa intensidade para o fortalecimento dos músculos ao redor dessas articulações.

Prevenção

O presidente da SBCM lembra que, embora o uso crescente de celulares entre pessoas com mais de 60 anos não seja uma causa direta de artrose, ele pode contribuir para a sobrecarga das articulações das mãos, especialmente se não for gerenciado adequadamente. “Por isso, recomenda-se fazer pausas regulares durante o uso do celular e realizar exercícios de alongamento para as mãos e os punhos pode ajudar a aliviar a tensão e prevenir lesões”, orienta.

Se houver dor persistente ou desconforto nas mãos, é importante consultar-se com um médico. “Um especialista em cirurgia da mão pode oferecer orientações específicas e, se necessário, tratamento para evitar a progressão da artrose”, ressalta. O presidente da SBCM explica ainda que digitar menos com os polegares pode ajudar a prevenir o problema. “Orientamos utilizar menos os polegares e mais o indicador. Também trocar a digitação pelo sistema de voz. Lembrar que a tradicional ligação, como fazíamos antigamente, muitas vezes é o melhor modo de conversarmos”, acrescenta.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *