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Brasil

Anvisa torna medicamento para Parkinson da Fiocruz referência no Brasil

Cerca de quatro milhões de pessoas vivem com a doença, sendo aproximadamente 200 mil no Brasil

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(Foto: Divulgação / Fiocruz)

O medicamento dicloridrato de pramipexol produzido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), utilizado para o tratamento da doença de Parkinson, passa a ser medicamento de referência nacional para qualquer laboratório que tenha interesse em produzi-lo no Brasil nas diferentes concentrações (0,12mg, 0,250mg e 1,0mg).

Desta forma, os novos registros terão que seguir os parâmetros de qualidade estabelecidos por Farmanguinhos/Fiocruz.  A informação foi publicada na última sexta-feira (8/12) na lista de medicamentos de referência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Receber esta designação da Anvisa atesta a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos de Farmanguinhos, proporcionando segurança aos profissionais de saúde e aos pacientes que fazem uso da medicação por meio do Sistema Único de Saúde [SUS]. Também reforça a importância do Instituto no cenário farmacêutico, consolidando seu protagonismo e relevância para a saúde pública brasileira”, ressalta a chefe do Departamento de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos/Fiocruz, Juliana Johansson.   

Para a inclusão do pramipexol produzido em Farmanguinhos/Fiocruz na lista de medicamentos de referência, foram considerados diversos critérios. Dentre eles, o fato do medicamento referência anteriormente presente na lista, o Sifrol, não estar disponível no mercado brasileiro, devido ao pedido de cancelamento por parte da empresa farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim.   

Em 2022, foram fornecidos ao SUS, nas concentrações 0,12mg, 0,250mg e 1,0mg, respectivamente, 2.550.500, 11.595.500 e 13.609.000 unidades farmacêuticas (UFs). Já este ano (janeiro a novembro/2023), foram entregues 2.190.000 (0,125mg), 5.861.500 (0,250mg) e 5.465.000 (1,0mg) UFs.    

Para implementar a produção do pramipexol, em escala industrial, o Instituto envolveu a expertise de diferentes setores, como o Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, o Desenvolvimento de Embalagens, a Assistência de Gestão em Projetos de Absorção e Transferência de Tecnologias, áreas de Controle da Qualidade, Produção, Serviço de Boas Práticas de Fabricação, entre outras.   

Parkinson

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo, atrás apenas do Alzheimer. Cerca de quatro milhões de pessoas vivem com a doença, sendo aproximadamente 200 mil no Brasil.   

A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que traz desafios significativos aos pacientes. Os sintomas como tremores, rigidez e dificuldades motoras impactam negativamente na qualidade de vida da população acometida por esta patologia.

Com isso, problemas secundários de comorbidades relacionadas a questões emocionais também são frequentes. Enfrentar a rotina diária torna-se um desafio e o suporte farmacológico contínuo é um ponto crucial para gerenciar os sintomas e retardar a progressão da doença, conferindo maior longevidade aos pacientes.