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85% das profissões de 2030 ainda não existem

Especialista dá dicas de como escolher a profissão e como sempre se atualizar

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85% das profissões de 2030 ainda não existem
85% das profissões de 2030 ainda não existem

”E se eu escolher errado?” É o questionamento que passa na cabeça de um jovem quando chega o momento de escolher a profissão. Não é uma escolha fácil e pode definir seu futuro, por isso, acaba se tornando um momento difícil e até angustiante para os jovens com muitas dúvidas, questionamentos e inseguranças. Com o crescimento do número de profissões nos últimos anos, se torna ainda mais difícil escolher. Um estudo da Dell Technologies, aponta que a expectativa é que 85% dos trabalhos que existirão em 2030 serão novos.

Definir a carreira a se seguir na adolescência, a princípio, nunca foi uma coisa fácil. É uma fase de muitas descobertas do que o mundo oferece e também de como cada um é. E o medo de errar sempre assolou os jovens. Mas hoje em dia, com tantas novidades que surgem a cada dia, esse desafio parece ainda maior.

Segundo a a analista de RH do Instituto Brasileiro Pró-Educação, Trabalho e Desenvolvimento (ISBET), Lydia Bosco, o lado positivo é que as gerações que estão chegando agora no mercado de trabalho já nasceram no mundo digital e talvez encare até com maior naturalidade esse mundo de constante inovação. “Hoje, com acesso à tecnologia facilitado, assim como a troca de informações em larga escala, se impulsiona um ritmo de produção de conhecimento e avanço tecnológico cada vez mais acelerado, o que, por consequência, traz a necessidade de se formar os profissionais que assumir e dar continuidade a estas novas áreas de atuação. O ambiente acadêmico de escolas técnicas e de nível superior não conseguem atualizar suas grades curriculares na mesma velocidade que o mercado de inovação e de novos conhecimentos. Contudo, a formação acadêmica permanece como diferencial competitivo para quem está entrando no mercado. Mas isto só não é suficiente para a construção de uma carreira de sucesso”, explica.

Hoje se fala muito em ser um lifelong learner, ou seja, um profissional que tem a consciência de que a busca de aprendizado vai muito além do alcance de um diploma obtido após quatro, ou cinco anos de estudo. Lydia diz que isso precisa sim ser uma prática permanente na vida do profissional. “Se manter permanentemente em contato com fóruns, centros de pesquisas, entidades ligadas à sua área de atuação, realizar leitura constante e busca de certificações específicas dentro de sua área garantem que você fique constantemente em contato com as novidades e tendências que surgem, conseguindo se antecipar a elas e se preparar pra poder entrar nesse mercado”, aconselha.

Lydia Bosco, analista de RH do Instituto Brasileiro Pró-Educação, Trabalho e Desenvolvimento (ISBET) (Foto: Divulgação)

Hoje, por exemplo, é possível ver muitas gigantes do mercado de tecnologia investindo no mundo do Metaverso. Mas será que esse mercado realmente vai explodir no futuro? E se isso acontecer, que tipo de profissionais elas irão contratar? E qual será o perfil do trabalhador agrícola, ou de um operário de fábrica em um meio onde os processos são cada vez mais automatizados? Que habilidades profissionais serão exigidas de pessoas que trabalham com a mídia se as redes sociais desafiam os padrões das mídias convencionais? Aquilo que é novo ainda está em construção, ainda é incerto. Mas Lydia diz que já é possível identificar sinais do caminho a seguir.

“O que não quer correr o risco de parecer obsoleto no futuro não pode se afastar das fontes de geração de conhecimento. Leia muito, pesquise, faça cursos, busque certificações e se mantenha próximo dos profissionais e pesquisadores de referência da área. Para os jovens que se sentem angustiados com a pressão de fazerem tão cedo essa escolha de carreira, lembre-se de que as opções são infinitas. Não tenha medo de experimentar, redirecione seus planos ao longo do tempo para outros caminhos de acordo com seus interesses e habilidades”, finaliza.