Brasil
61% dos profissionais não abrem mão da qualidade de vida para aceitar um emprego
Especialista analisa o que trabalhadores vem buscando no cenário atualDe acordo com um levantamento realizado pela empresa Randstad, através do estudo Workmonitor, cerca de 61% dos profissionais que participaram das entrevistas alegaram que não aceitariam uma oportunidade de emprego sabendo que ela poderia afetar a qualidade de vida. Esses números também se refletem no número de pedidos de demissão, que bateu recorde no ano de 2022 no Brasil. Em muitos casos, o principal motivo para a solicitação de desligamento foi a vontade em dar prioridade para a saúde mental.
A relação dos profissionais com o trabalho mudou muito, principalmente depois da pandemia. As prioridades pessoais e a conformidade profissional transitam em concordância. Segundo a psicóloga Glauce Corrêa, é necessário ter responsabilidade afetiva consigo mesmo. “Os trabalhadores passaram a vislumbrar o equilíbrio e perceberam que estarem saudáveis mentalmente pode aumentar a produtividade no trabalho. Não vale mais trabalhar até se acabar. Isto já não cabe mais no momento presente”, analisa.
Ainda segundo Glauce, o bem-estar integral tem que contemplar corpo, mente e relações pessoais. “Além disso, precisa produzir benefícios de bem-estar físico, segurança psicológica, progressão na carreira e acima de tudo, flexibilidade para poder praticar o autocuidado. As empresas foram obrigadas a repensarem seus modelos de negócio, levando em consideração, cada vez mais, a pessoa que existe dentro de cada profissional. Focar na humanização do ambiente de trabalho, promover cultura de apoio à vida pessoal e profissional dos seus trabalhadores, ajuda a evitar ambientes tóxicos”, diz.
Glauce finaliza dizendo que líderes, diretores e gestores precisam utilizar todos os recursos disponíveis para motivar os funcionários. “Funcionários felizes diminuem acidentes laborais, são mais produtivos, mais eficientes e mais inovadores. O segredo é encontrar equilíbrio e bem estar. Nenhum profissional quer mais jornadas sufocantes, mas, apenas, esforço necessário para melhorar qualidade técnica e qualidade percebida e, assim, elevar também a criatividade e produtividade”.