Por que em alguns países dirigimos do lado oposto? A estranha história da “mão inglesa”

A direção à direita, também conhecida como mão inglesa, é adotada por 76 países ou territórios atualmente. Este sistema é mais comum em ex-colônias do Reino Unido, como Austrália, Índia, Nova Zelândia e África do Sul, com a notável exceção do Japão. Embora não tão conhecido, Portugal também aderiu à mão inglesa até 1928, Itália até 1920 e Argentina até 1945.

Um exemplo icônico de mudança é a Suécia, que utilizava a mão inglesa até 1967. No dia 3 de setembro daquele ano, uma operação gigantesca conhecida como “Dagen H” (Dia H) fez com que todos os veículos pausassem às 11h30 e mudassem para o lado direito da estrada. Essa transição incluiu ajustes como a realocação dos faróis para evitar o ofuscamento de motoristas em direção oposta.

Por que Alguns Países Escolheram a Direção à Direita?

A adoção do volante à direita por diversos países tem explicações variadas. Nos Estados Unidos, por exemplo, optaram pelo sistema para sublinhar sua independência do Reino Unido. Além disso, há registros históricos que mencionam as carroças de carga, onde o cocheiro sentava-se à esquerda para ter uma melhor visão dos dois sentidos, enquanto o assistente, à direita, manejava o chicote.

Como Funciona a Direção à Direita?

Apesar das diferenças visuais, a maioria dos controles em um carro com volante à direita permanece igual aos com volante à esquerda. A haste do pisca-pisca continua à esquerda, a ignição à direita e a disposição dos pedais é a mesma. A principal diferença é a localização da alavanca de câmbio, que fica à esquerda do motorista, requerendo uma adaptação inicial.

Desafios ao Mudar o Lado da Direção

A adaptação técnica de veículos para direção à direita pode ser complexa. Não é apenas uma questão de espelhar o design original. Componentes como o freio de mão e outros mecanismos internos frequentemente precisam ser redesenhados. Essas modificações representam desafios significativos para fabricantes de automóveis, além de custos adicionais.

Adaptação nas Fronteiras com Direções Diferentes

Em regiões onde países com direções diferentes compartilham fronteiras, são necessárias soluções criativas. Em áreas remotas, a adaptação é menos complicada devido ao baixo tráfego. Em contraste, áreas urbanas exigem infraestrutura específica. A Ponte Lótus, entre Macau e a China continental, é um exemplo interessante. Nela, há uma estrutura que facilita a transição dos veículos do lado direito para o lado esquerdo, garantindo uma viagem segura.

A tradição da mão inglesa se mantém em muitos países por motivos históricos e culturais. Embora diversos países tenham migrado para o sistema de direção à esquerda, a mão inglesa continua a desempenhar um papel crucial em várias partes do mundo, destacando a diversidade das normas de trânsito globais.