Baixas temperaturas aquecem vendas de agasalhos e congelam economia que terá alta nos preços de alimentos

O frio no Rio deve esquentar o comércio da cidade. É o que espera o setor, que torce por um inverno mais rigoroso para aumentar as vendas. Uma pesquisa do Clube de Diretores Lojistas do Rio e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Rio aponta que os empresários estimam um crescimento de dois e meio por cento se a temperatura realmente continuar caindo.

O levantamento mostra que, com a queda da temperatura, 80% dos lojistas esperam aumento nas vendas e 20% acreditam que serão iguais às do ano passado. Segundo Allan Silveira, superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, o frio pode ser um momento para ajudar na recuperação da economia da cidade. “Para produtos como hortaliças, o efeito é imediato, como perda de qualidade e produtividade. Isso acaba ocasionando uma pressão de preço. Mas pra esses produtos o ciclo é mais reduzido. O impacto sobre os preços é mais transitório”, explicou o especialista.

Dos comerciantes ouvidos, 82% afirmaram que a mudança do clima influencia bastante as vendas e que a expectativa é que 62% dos consumidores procurem por artigos de vestuário, como casacos, moletons e camisas de manga comprida, e 38% busquem por meias, cachecóis, segunda pele, luvas, gorros, edredons e cobertores.

Por outro lado, o frio intenso está afetando áreas produtoras de alimentos, grãos, frutas, verduras e legumes. Os agricultores já estão em alerta, principalmente os que plantam hortaliças, café, milho, banana e cana-de-açúcar, que são mais sensíveis a baixas temperaturas e geadas. Se esses alimentos forem afetados, a tendência é que os produtos tenham menor qualidade e fiquem ainda mais caros.