Viradouro irá levar a saga de Rosa Courana, primeira autora negra do Brasil, para Marquês de Sapucaí em 2023

A Unidos do Viradouro, terceira colocada no Grupo Especial este ano, já tem enredo para o Carnaval de 2023. Por meio de uma postagem nas redes sociais, a vermelha e branca de Niterói revelou que levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no ano que vem a saga de Rosa Courana, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. “É preciso apresentar histórias de personagens esquecidas pelo tempo”, disse a agremiação no texto da postagem com a revelação.

Com o título de “Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz”, a proposta assinada pelo carnavalesco Tarcísio Zanon pretende também refletir sobre importantes aspectos dessa história tão marcante. “Escravizada. Meretriz. Feiticeira. Beata. Escritora. Uma santa africana no Brasil”, afirmou.  “Mostraremos todas as pétalas – e espinhos – dessa linda flor”, complementa o texto.

Nascida na Costa de Ajudá, no atual Benim, Rosa Courana, posteriormente chamada de Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, foi trazida aos seis anos da África para o Brasil, em 1725. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, ela viveu durante anos em um cativeiro e, após ser abusada sexualmente na adolescência, foi vendida para uma compradora de escravos em Minas Gerais.

Em solo mineiro, Rosa praticou a prostituição por mais de 20 anos, mas depois de ficar doente, decidiu ter uma vida regrada e passou a frequentar missas. Segundo a lenda, Rosa Maria era vidente e profetizava acontecimentos futuros, além de afirmar que conseguia ver o próprio Jesus.

Mesmo possuindo o apoio de alguns integrantes da igreja, ela foi condenada por heresia e “falsa santidade” pelo Tribunal da Inquisição de Lisboa em 1762. Com isso, ela se tornou uma prisioneira em Portugal até o dia de sua morte, em 12 de outubro de 1771.

Confira abaixo a postagem com o anúncio oficial da Viradouro:

 

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