Botafogo
Sete clubes assinam a favor da Libra, mas outras equipes ainda avaliam modelo ideal; nova reunião é agendada para o dia 12
Cruzeiro se junta ao Flamengo e times paulistas em bloco inicial; outros 11 fazem oposição; Botafogo e Fluminense ainda avaliam possibilidadesEm reunião realizada na manhã desta terça-feira em São Paulo, foi dado o primeiro passo para a criação da liga que organizará o Campeonato Brasileiro. O encontro, no entanto, não é um sinal de que o novo formato – o primeiro apresentado – sairá do papel ou será realizado no modelo pensado. Um novo encontro na próxima semana vai definir o futuro do futebol nacional para que a Libra, como já foi nomeada, possa ser definida oficialmente.
Entenda:
O encontro desta terça foi planejado por seis clubes: Flamengo, Santos, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e RB Bragantino. Todos já possuíam um bloco acordado com a Codajas Sports Kapital e o Banco BTG. Além deles, somente o Cruzeiro assinou o documento com o bloco, totalizando sete nomes que sinalizaram positivamente neste primeiro momento.
Uma nova reunião foi marcada para o dia 12, na sede da CBF. São aguardados os representantes dos 40 times das Séries A e B do Brasileirão.
“Os 40 clubes são a favor da criação da liga. Agora é só acertar as arestas e dia 12, com certeza, será uma grande festa na CBF” – disse Andrés Rueda, presidente do Santos.
O tom otimista não foi compartilhado por todos. Ao fim da reunião, o presidente do Athletico-PR, Mário Celso Petraglia, fez críticas ao bloco dos cinco paulistas mais o Flamengo.
“Para os nossos 14 clubes, não consideramos (que a liga está criada). Fomos surpreendidos com a pauta de reunião. A intenção seria uma conversa entre os clubes para ajustar. Aí vieram com os estatutos prontos e que os seis assinariam, e quem quisesse assinar também que ficasse à vontade. Eu nem estudei o estatuto” – disse o dirigente do Furacão.
“O Athletico vai ouvir o seu Conselho e, se estiver de acordo com os nossos princípios, assinaremos. Desde que fique claro que a fundação será dos 20. E não iremos a reboque dos seis. O que nós queremos é dividir melhor, mais justo, e não o Flamengo ter 70 vezes o valor do Athletico-PR em pay-per-view. 70 vezes na mesma competição. Que joguem sozinhos. Que jogue Flamengo contra Corinthians, Corinthians contra Flamengo. Agora eles precisam dos outros 18 para fazer um produto que é o Campeonato Brasileiro. E querem ficar, como sempre, com tudo” – continuou Petraglia.
No momento, dois grupos divergem principalmente em relação à parte financeira. Se de um lado o bloco com os cinco times paulistas mais o Flamengo tenta definir o rumo da liga, do outro, o movimento “Forte Futebol” é composto por outras 11 equipes.
Os lados buscam um denominador comum em relação à divisão dos recursos quando os contratos de TV forem assinados. A proposta da Codajas era de divisão com 40% dos valores fixos, 30% variável por performance esportiva e 30% por audiência. O grupo do Forte Futebol prefere que a divisão seja 50-25-25. Essas diferenças devem ser acertadas nas próximas reuniões.
Da Série A, somente Juventude e Cuiabá não compareceram à reunião. O Botafogo, por sua vez, ainda estuda o melhor caminho a seguir, enquanto não se alinhou com nenhum dos blocos já existentes.
Desde o ano passado, após a crise gerada pelo afastamento do então presidente Rogério Caboclo, a liga vem sendo estudada há 15 meses. Desde então, a movimentação tem sido grande.
O advogado Flavio Zveiter, que representa a Codajas Sports Kapital (CSK), anunciou a parceria com o BTG Pactual em janeiro e está desde o começo das tratativas mais alinhado com o bloco de Flamengo e clubes paulistas.
Outros grupos, como o consórcio formado por Live Mode e 1190, e o banco de investimentos da XP, que teria parceria da La Liga para estrutura e tecnologia e busca investidores, fizeram propostas para gestão da possível nova liga.