Quatro réus são condenados por morte do pastor Anderson do Carmo; filho de Flordelis é absolvido do crime de homicídio

Quatro réus são condenados por envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo (Foto: Tatiana Campbell / Super Rádio Tupi)

O Tribunal do Júri de Niterói decidiu condenar mais quatro réus pela morte do pastor Anderson do Carmo. Após 22 horas de sessão, os dois primeiros dias de audiência chegaram ao fim. A próxima sessão acontece no dia 9 de maio, quando Flordelis e nomes importantes acusados de envolvimento no crime serão julgados.

Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, foi condenado a 4 anos, seis meses e 20 dias de prisão pelos crimes de uso de documento falso e associação criminosa armada, em regime semi aberto. A denúncia do Ministério Público afirma que ele auxiliou no episódio da carta falsa em que Lucas assumia a autoria dos disparos contra o pastor.

Já Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho afetivo do casal, foi condenado a 2 anos, dois meses e 20 dias de prisão por associação criminosa armada em regime semi aberto. No entanto, foi absolvido pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio já que não há provas que confirmem que Carlos Ubiraci colocava veneno na comida do pastor.

A defesa de Anderson do Carmo informou que irá recorrer dessa decisão. O Ministério Público entendeu não haver provas de que o filho afetivo de Flordelis tenha envolvimento com a morte do pastor.

“Ele participou de todo o planejamento do crime do pastor Anderson do Carmo. Ele sabia dos envenenamentos, ele deu auxílio moral, deu auxílio material à prática do crime comunicando as pessoas da casa a não comerem comida do pastor. Ele blindava as pessoas ligadas à ele e à Flordelis. Ele esperava pela morte do pastor, ele participou da morte do pastor”, destacou o advogado Ângelo Máximo.

Por sua vez, a defesa de Carlos Ubiraci disse que a absolvição foi justa.

“A absolvição foi correta. Foi tão correta que o Ministério Público recorreu a absolvição dele. O Dr. Ângelo quer condenar todo mundo. Ele tem que trabalhar e defender a aplicação e a lei correta da aplicação penal”, disse Luiz Gregório.

Outros réus também condenados foram o ex-policial militar, Marcos Siqueira, a 5 anos e 20 dias, mais multa, pelos crimes de uso de documento falso e associação criminosa armada, em regime fechado. Ele teria auxiliado a esposa, Andrea Maia, condenada a 4 anos, três meses e 10 dias de prisão, mais multa, no episódio da carta falsa. A mulher foi condenada pelos mesmos crimes, porém no regime semi aberto.

André Luiz de Oliveira, filho biológico de Flordelis, também seria julgado neste primeiro momento, mas, por motivos de saúde do advogado, o júri será remarcado.

“O André seria um réu bastante importante hoje já que a imputação dele é de homicídio, acho que seria positivo ser feito hoje, mas a gente deixa pra próxima data designada. A gente sai satisfeito, vamos analisar com calma a sentença, mas foi feita a justiça. A manifestação do Ministério Público foi quase que integralmente acolhida”, disse o promotor Carlos Andrade.

Foram ouvidas 12 testemunhas, nove de acusação e três de defesa. Outras quatro testemunhas foram dispensadas. Depois, os quatro réus foram interrogados e, em seguida, acusação e defesa fizeram suas sustentações.

A segunda sessão do júri acontecerá no dia 9 de maio, quando serão julgadas Flordelis, sua filha biológica Simone dos Santos Rodrigues; a neta, Rayane dos Santos Oliveira; e a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva.

Dois filhos condenados

No dia 24 de novembro de 2021, o Tribunal do Júri de Niterói condenou Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada federal Flordelis, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Ele foi denunciado como autor dos disparos que matou o pastor Anderson do Carmo.

Na mesma sessão de julgamento, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.