Rio
Sindicato dos Garis decide manter greve após nova audiência de conciliação
Proposta seria por um aumento de 6% em março, 2% em agosto e cerca de 2% (de acordo com o reajuste municipal) em novembroUma audiência de conciliação marcada urgente nesta quinta-feira (7), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Centro do Rio, acabou novamente sem acordo entre a Comlurb e o sindicato que representa os garis. Foi confirmado, por enquanto, que a greve continua na cidade.
No entanto, a proposta colocada na mesa de negociações nesta reunião será defendida pelo sindicato durante assembleia da categoria nesta sexta (8). O acordo firmado durante a audiência oferece um reajuste acumulado de, aproximadamente, 10% ao longo de 2022. A proposta deveria ser por um aumento de 6 % em março, 2% em agosto e mais um percentual que poderia chegar a 2% em novembro (mês esse que faz parte da data-base do serviço público-municipal).
A diferença que existe entre essa proposta e a última que foi rejeitada pela categoria acontece, principalmente, no valor de aumento no vale alimentação, que ultrapassou de 3% para 6 % de reajuste. Além disso, outro ponto que foi alterado teve ligação com o abono ou não nos dias que aconteceram a greve.
Sobre esse assunto, a Comlurb considerou 11 dias de paralisação e desconsiderou a suspensão da greve pelo sindicato durante os dias de chuva forte na cidade.
“Eu acho que houve um grande avanço e acredito que se nessa assembleia nós não conseguimos aprovar junto aos trabalhadores essa proposta a questão pode ir a dissídio (decisão judicial). E se for a dissidio, com certeza, o prejuízo desses trabalhadores será muito maior. Então é preciso que a gente tenha muita cautela na explanação de toda essa audiência e a contra-proposta que a Comlurb apresentou. O sindicato entende que, diante de um julgamento de dissidio, é bem melhor que essa proposta seja aceita”, explicou Gilberro Cesar de Alencar, vice-presidente do sindicato que representa os garis, ao G1.
Para que a greve termine, o acordo formalizado em conjunto pelo Ministério Público do Rio e a Comlurb, durante a audiência de conciliação, precisará ser aprovada pela assembleia dos trabalhadores.
Confira a proposta debatida na audiência:
– Reajuste salarial de 6% agora (março), 2% em agosto e cerca de 2% (de acordo com o reajuste do Município) em novembro;
– Reajuste de 6% no tíquete alimentação;
– A Comlurb mantém benefícios e cláusulas sociais já existentes no Acordo Coletivo;
– Adicional de Insalubridade para apas em 20% retroativo a janeiro 2022;
– Conclusão do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), retroativo a janeiro de 2022;
– Compensação de 5 dias de greve e a penalização dos outros 6 dias;
– Pagamento de PLR.
Se não for possível chegar a um acordo coletivo com a aprovação de toda categoria, a Justiça do Trabalho poderá tomar uma decisão. Nesse caso, o plenário do TRT/RJ poderá ser convocado para julgar quais propostas dos trabalhadores poderão ser aceitas pela Comlurb e quais seriam as reinvindicações que não precisariam ser aprovadas. Também caberá à Justiça definir se os dias de greve serão abonados ou não.
A greve dos funcionários da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) vem provocando reflexos pelas ruas da capital fluminense. A reportagem da Super Rádio Tupi percorreu o bairro de Magalhães Bastos, na Zona Oeste, e constatou que a situação não é diferente da do restante da cidade.
Segundo moradores, desde o último sábado (02), não é feita uma coleta completa na região. A maior preocupação é que esse lixo acumulado nas calçadas possa acarretar em enchentes na área, em caso de possíveis chuvas, conforme relatou o garçom Guilherme Rukop.
“O bairro está largado. Eles passaram sábado mas não fizeram a coleta no bairro todo. Desde o começo da greve, é esse transtorno. E quando chove aqui enche. O medo da população é que tenha temporal, pois o rio transborda e prejudica todo mundo”, declarou Guilherme, que vive há sete anos em Magalhães Bastos.